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Justiça acata denúncia e prefeito de Cuiabá se torna réu por vídeo de Silval Recebimento de denúncia ocorre às vésperas da eleição
O juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), réu na ação que investiga o suposto recebimento de propina por parte do ex-governador Silval Barbosa. A ação tem como base o vídeo entregue por Silval em sua delação premiada, em que uma série de deputados estaduais da legislatura 2011-2015 aparecem recebendo dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete do ex-governador, Sílvio César Correa Araújo.
Na decisão, o magistrado citou trecho da denúncia, que aponta que o ex-governador acertou o pagamento de R$ 600 mil a cada deputado à época para "garantir a governabilidade" na Assembleia Legislativa. O pagamento era realizado em parcelas de R$ 50 mil mensais.
É nesse contexto que entra Emanuel Pinheiro. "Dirigiu-se até ao gabinete de Sílvio Cezar Corrêa Araújo, localizado na governadoria do Estado de Mato Grosso, ocasião na qual recebeu, a título de propina, a quantia de R$ 50 mil reais", afirmam os procuradores da República.
Naquele dia, segundo os procuradores, Emanuel recebeu R$ 20 mil em espécie, ou seja, "dinheiro vivo". O restante ficou para ser repassado para outra pessoa, não identificada no vídeo.
De acordo com o MPF, o prefeito declarou que o recebimento de recursos tinha como base uma cobrança de dívida que estava fazendo para seu irmão, o empresário Marco Pólo Freitas. Essa dívida seria referente a pesquisas realizadas pelo instituto do irmão do prefeito.
“Segundo Emanuel Pinheiro, Silval da Cunha Barbosa não pagou Marco Polo pelos serviços prestados e que atendendo ao pedido de seu irmão, passou a ajudá-lo na cobrança dessa dívida”, disse em seu depoimento.
O recebimento da denúncia ocorre às vésperas das convenções partidárias que devem homologar Emanuel Pinheiro como candidato a reeleição em Cuiabá. Além disso, ele enfrentará, nos próximos dias, julgamento na Câmara Municipal sobre o relatório final da CPI do Paletó, que pede seu afastamento justamente pelo episódio em que recebe o dinheiro das mãos de Sílvio Correa.
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