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Esportes
Domingo - 28 de Fevereiro de 2021 às 09:14
Por: Thaiza Assunção/Mídia News

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Deivid Rodrigues/A Tribuna
Os amigos Neto Neponuceno e Gaúcho (no detalhe), que faleceu em 2016
Os amigos Neto Neponuceno e Gaúcho (no detalhe), que faleceu em 2016

De um convite para uma pescaria no Pantanal à criação de uma escolinha de futebol. Foi assim que nasceu o Cuiabá Esporte Clube. O time – que conquistou o acesso à Série A do Brasileirão - foi criado pelos amigos e ex-jogadores do Flamengo, Luís Carlos Tóffoli, o Gaúcho, já falecido, e Neto Neponuceno.

Mato-grossense, Neponuceno convidou Gaúcho para passar uma temporada em Cuiabá para pescar no Pantanal. O amigo se apaixonou pela cidade e decidiu ficar de uma vez.

“Eu e o Gaúcho éramos muito amigos, jogamos juntos no Flamengo. Quando ele parou de jogar futebol, eu o trouxe para pescar no Pantanal e, a partir daí, surgiu a ideia de montarmos uma escolinha de futebol. A princípio era para ser em Rondonópolis, mas como a cidade, na época, não comportava uma escolinha, nós resolvermos montar em Cuiabá”, disse Neponuceno em entrevista ao MidiaNews.

A Escolinha do Gaúcho foi criada em dezembro de 2001, com enfoque nas categorias de base.

Eu e o Gaúcho éramos muito amigos, jogamos juntos no Flamengo. Quando ele parou de jogar futebol, eu o trouxe para pescar no Pantanal e, a partir daí, surgiu a ideia de montarmos uma escolinha de futebol

Já em 2002, os amigos resolveram criar uma equipe profissional para poder atuar no campeonato estadual. Foi aí que surgiu o Cuiabá Esporte Clube.

“Na época, a Unic tinha um projeto de formar um clube com o nome Cuiabá em todas as categorias. Só que não estava registrado em cartório. Eu e o Gaúcho tivemos a ideia de colocar esse nome para não termos rejeição. Se nós escolhêssemos qualquer outro nome, criaríamos uma rivalidade com o Mixto, Operário, Dom Bosco”, lembrou.

No início, nem tudo foi um mar de rosas. Com poucos recursos e patrocinadores, Neponuceno e Gaúcho tinham que, muitas vezes, irem pra cozinha fazer as refeições dos atletas que ficavam alojados em quartos construídos na escolinha.

Já em 2003, com patrocínio da Drebor Borrachas e das lojas Tecelagem Avenidas, o Cuiabá estreou no Campeonato Mato-grossense e conquistou o título diante do Barra do Garças.

Campeão do Estadual, o clube ganhou o direito de disputar a Série C do Brasileiro. Na primeira fase, classificou-se como líder de seu grupo, mas na etapa seguinte, perdeu nos pênaltis para o Palmas-TO e deu adeus à competição.

No ano seguinte veio o bicampeonato do Campeonato Mato-grossense, diante do União de Rondonópolis. A equipe então novamente disputou a Série C, mas não garantiu o acesso para a segunda divisão. Também em 2004, foi vice da Copa Mato Grosso e jogou a Copa do Brasil – assim como em 2005.

Em 2006, porém, o clube perdeu seus patrocinadores e passou por um período de licenciamento até 2008. Nesse mesmo período, a sociedade entre Gaúcho e Neponuceno foi desfeita.

“Nessa época, eu estava tocando um projeto com o União de Rondonópolis. O Gaúcho me chamou e disse que não tinha mais como tocar o time e me cedeu a sua parte”, disse.

Folhapress

Cuiabá

Time conquistou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro

“O Cuiabá tinha uma dívida com a Federação Mato-grossense, algo em torno de R$ 15 a R$ 20 mil. Fiz um acordo com a Drebor. Eles assumiram a dívida e ficaram com 75% do Cuiabá. Tempo depois, fizemos um novo acordo e passei os outros 25% para eles”, acrescentou.

O recomeço e o acesso

Após ser adquirido pela família Dresch, proprietária da Drebor Borrachas, o Cuiabá retomou as atividades em 2009.

Naquele ano, o clube foi vice-campeão da 2º divisão do Campeonato Mato-grossense e retornou à elite do futebol estadual. Foi campeão estadual em 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019.

No cenário nacional, o Cuiabá conquistou o acesso à Série B em 2018. Foram apenas dois anos até o acesso inédito e histórico à Série A do Brasileirão.

Neponuceno afirmou que sempre acreditou que a família Dresch levaria o clube a outro patamar.

“Vimos que eles eram apaixonados pelo futebol, tinham meta de levar o Cuiabá para frente, tanto é que conseguiram. Logicamente que, no início, eles bateram muita cabeça por inexperiência no futebol, mas eles aprenderam a fazer futebol e esse acesso era uma questão de tempo.” disse.

“Torço muito que eles consigam se manter na Série A. Isso é bom para Cuiabá, para Mato Grosso, para Mixto, Operário, União. Nós podemos tornar uma grande potência do futebol, se as demais equipes fizerem as mesmas coisas que eles fizeram, seguir o exemplo”, afirmou.

Para Neponuceno, o segredo para fazer uma boa campanha na elite do futebol nacional é ter treinador experiente.

“Um treinador acostumado com a Série A, mas que também não esteja ultrapassado. Porque esse treinador vai indicar jogadores que irão vir para cá para ajudar. Não adianta sair contratando medalhão, porque o medalhão vai vir e não vai ter o mesmo comprometimento. Na Série A não pode errar”, pontuou.





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