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Nacional
Quarta - 10 de Março de 2021 às 07:41

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O Brasil ultrapassou, na terça-feira (9), os Estados Unidos em número de mortes registradas em 24h por causa da Covid-19. De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, 1.954 brasileiros morreram por Covid-19 em apenas um dia. Entre os americanos, foram 1.947 mortes, segundo dados do “Our World in Data”, da Universidade de Oxford.

Não é a primeira vez em que o Brasil passa os EUA em número de óbitos. Desde o início do mês, isso já aconteceu outras três vezes (veja gráfico abaixo).

Estados Unidos e Brasil são os dois países que mais registraram mortes por Covid no mundo desde o início da pandemia. Os EUA acumularam 527.699 mortes; o Brasil perdeu 268.568 vidas para a Covid-19 até a noite de terça. Só em março, já são 13.550 mortes registradas em solo brasileiro.

O Brasil tem cerca de 1.263 mortes por Covid-19 para cada milhão de habitantes; nos Estados Unidos, esse número é de 1.594 por milhão. Quando considerada a proporção de mortes/milhão registradas nas últimas 24h, entretanto, o Brasil ultrapassa os EUA: enquanto aqui foram registradas 9,28 mortes/milhão de habitantes, nos Estados Unidos esse índice foi de 5,88.

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Enquanto os americanos estão em um processo de vacinação em massa, os brasileiros passam pelo pior momento da pandemia e com apenas 4,1% da população tendo recebido ao menos uma dose de vacina. Nos Estados Unidos, foram administradas 90,2 milhões de doses segundo o Our World in Data.

O epidemiologista Airton Stein, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), avaliou que a pandemia foi pior sentida nos países com mais desigualdade, como o Brasil, mesmo que fossem ricos – caso dos EUA.

"Tanto que a gente está vendo que a epidemia causou um dano muito grande em países ricos como os EUA, onde tem muita iniquidade. A epidemia deixou mais em evidência essa interação social com a saúde. As pessoas estão mais expostas a circularem por terem trabalhos em que precisam circular e, também, por não terem acesso a serviços de saúde adequados", afirmou Stein.

Fevereiro amargo

Coveiro caminha em meio a lápides de vítimas da Covid-19 no cemitério Parque Tarumã, em Manaus, em 25 de fevereiro. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

Coveiro caminha em meio a lápides de vítimas da Covid-19 no cemitério Parque Tarumã, em Manaus, em 25 de fevereiro. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

O Brasil acumulou, em fevereiro, o segundo maior número de mortes em apenas um mês na pandemia: 30.484 óbitos devido à Covid-19. Julho, até agora, é o mês com mais mortes pelo coronavírus, com 32.912 vidas – uma diferença de menos de 2 mil pessoas entre cada mês.

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As previsões para o mês de março não são as melhores. A pneumologista Margareth Dalcomo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse nesta terça-feira que este mês deverá ser “o março mais triste de nossas vidas”. Com o ritmo acelerado de transmissão, a previsão é de que o Brasil atinja 300 mil mortos no final do mês ou no início de abril.

Ruas vazias em São Paulo no dia 6 de março em meio às restrições contra a Covid-19. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Ruas vazias em São Paulo no dia 6 de março em meio às restrições contra a Covid-19. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Sem uma política centralizada pelo governo federal, os secretários de saúde dos estados enviaram uma carta com sugestões de medidas urgentes contra o iminente colapso das redes pública e privada de saúde diante do aumento dos casos de Covid-19. As restrições propostas incluíam toque de recolher nacional e fechamento de escolas, bares e praias.

Desde então, vários estados vêm decretando restrições para o combate à pandemia. O Amapá determinou, na terça-feira (9), um toque de recolher a partir das 21h. Também fica proibido o consumo de bebida alcoólica em espaços públicos e dentro de estabelecimentos.

No Pará, o toque de recolher às 21h passa a valer a partir desta quarta. Academias e cinemas não podem funcionar por sete dias.

A Bahia anunciou, na semana passada, um toque de recolher até 31 de março. Já o governo de São Paulo deve anunciar restrições mais rígidas nesta quarta.






Fonte: do G1

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