Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica MT
Segunda - 17 de Maio de 2021 às 14:54
Por: Mikhail Favalessa/RD News

    Imprimir


OMinistério Público Estadual (MPE) afirma que o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) teria recebido R$ 512,6 mil do Grupo Verde, que tem como dono o empresário Éder Augusto Pinheiro, a título de propina para atrapalhar o andamento da licitação do transporte público intermunicipal de passageiros. A informação consta em decisão que determinou mandado de busca e apreensão na casa do parlamentar, na 3ª fase da Operação Rota Final.

Ronaldo Mazza

Dilmar Dal Bosco

O deputado Dilmar Dal Bosco é investigado por suposto recebimento de propina no cargo

A operação foi deflagrada na sexta (14) pelo Núcleo de Ação de Competência Originária (Naco) e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), utilizando informações prestadas pelo delator premiado Max William de Barros Lima, que seria um dos operadores do esquema.

O MPE apura os crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, fraude à licitação, entre outros. Foram alvos da operação Dilmar, o ex-deputado Pedro Satélite, que também teria recebido propina, além de Éder Pinheiro, do presidente do Setromat, Júlio César Sales de Lima, e da assessora parlamentar Cristiana Cordeiro Leite Geraldino.

A decisão do desembargador Marcos Machado cita que Dilmar Dal Bosco, com auxílio da servidora, e o ex-deputado Pedro Satélite "teriam obstado a tramitação do respectivo procedimento licitatório, com a finalidade de manter a exploração precária do serviço público de transporte intermunicipal por partes dos integrantes do grupo criminoso". O magistrado, contudo, negou pedido do MPE para fazer busca e apreensão também no gabiente atual parlamentar na Assembleia.

Dilmar e Satélite integravam a Comissão Especial de Transportes do Legislativo, como relator e presidente, criada em 27 de agosto de 2015. Os dois, junto do empresário Éder Pinheiro e do presidente do Setromat, Júlio César Sales de Lima, teriam feito lobby junto ao então governador Pedro Taques para que o Estado não cumprisse o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) feito com o MPE para fazer a licitação do setor.

A assessora teria ajudado Dilmar a receber, entre 2014 e 2017, propinas que totalizaram R$ 512,6 mil, "todas custeadas pelo investigado Éder Augusto Pinheiro, proprietário do Grupo Verde e suposto líder da organização criminosa, dividida em 15 parcelas de R$ 10 mil cada, consoeante extra-ise da colaboração premiada e documentos apreendidos".

pedro satelite 680

Ex-deputado Pedro Satélite também teria recebido vantagens indevidas do grupo criminoso

De 2012 a 2018, Dilmar teria recebido passagens de ônibus como "cortesias" da Verde, que somaram R$ 313,3 mil. Já Pedro Satélite, entre 2013 e 2018, também teria recebido R$ 332,4 mil em passagens de cortersia. Os valores foram confirmados pelo delator e também por dados extraídos de aparelho celular apreendido na primeira fase da operação.

O presidente do Setromat, Júlior César Sales de Lima, teria pago propina aos deputados. Em 2011, de acordo com o MPE, os dois receberam R$ 472,5 mil e R$ 147,5 mil, respectivamente, " nos termos da planilha apreendida em cumprimento de mandado de busca e apreensão e declaração do colaborador".

No total, Pedro Satélite teria recebido R$ 1,1 milhão entre 2014 e 2018, repassados pelo Grupo Verde a seu filho, Andrigo Gaspar Wiegert e Glauciane Wiegert. Ele também teria recebido uma Mitsubishi Pajero Sport HBE, avaliada em R$ 35 mil, e que foi registrada em nome da filha Marciana Wiegert Alonço dos Reis.

Da parte de Dilmar, a servidora Cristiane Cordeiro Leite Geraldino teria recebido o pagamento mensal por meio de cheques entregues por Éder Pinheiro.

"Com base em evidências obtidas após o cumprimento das medidas cautelares deferidas e do conteúdo de colaboração premiada, a investigação alcançou/obteve novos elementos que induzem o envolvimento de Dilmar Dal Bosco, tendo sido inclusive apreendidos canhotos de cheques, com campos intitulados "pago" e "depósito", registrando "Dilmar" e "10.000,00". Essas movimentações financeiras também estão descritas no Relatório Bancário nº 26/2020, das quais se constata que o então assessor parlamentar Adão Ewaldir Garcia (falecido) compensou quatro cheques, provenientes do Grupo Verde e referentes aos meses de janeiro/fevereiro/março/maio de 2017, no montante de R$ 40 mil, e transferiu essa quantia para o investigado Dilmar Dal Bosco", diz a decisão.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/443133/visualizar/