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Meio Ambiente
Domingo - 21 de Novembro de 2021 às 06:22
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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De 2016 a 2021, as queimadas e os incêndios florestais no Brasil causaram prejuízos de mais de R$ 1,1 bilhão. Somente em Mato Grosso, foram R$ 304,2 milhões, correspondendo a 26,2% do total contabilizado no mesmo período. Os dados são da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que revela a União investiu apenas 32% desse valor (R$ 376,2 milhões) para ações de prevenção e combate aos focos de calor.

No Estado, grande parte do montante calculado está concentrado em 2021, ano em que os danos financeiros ultrapassam a cifra de R$ 105, 2 milhões. O valor é superior a 2020, quando o rombo foi da ordem de 68,9 milhões e, a 2019, de 93,8 mi. O levantamento mostra que Mato Grosso é o segundo estado mais afetado, perdendo apenas para o vizinho Mato Grosso do Sul com R$ 533,1 milhões, o que corresponde a 46% do total de prejuízos verificado em nível nacional.

No país, a maior parte esteve concentrada em 2019, quando os prejuízos extrapolaram R$ 738 milhões. Presidente da CNM, Paulo Ziulkoski destaca que, nessas situações, todo o município e região são afetados, com danos financeiros e humanos. "O sistema de saúde local, por exemplo, é sobrecarregado para atender aos atingidos pela fumaça", pontua por meio da assessoria de imprensa.

Conforme a CNM, os incêndios florestais queimarem lavouras, pastos e áreas naturais, oferecendo riscos de atingir casas, galpões, armazéns e instalações rurais, como celeiros, galinheiros, viveiros, chiqueiros e currais, além de causar direta e indiretamente muitos danos humanos, como mortes, queimaduras, problemas respiratórios ao inalar a fumaça tóxica, entre outros. Nos últimos seis anos, 3.470.163 pessoas foram afetadas por esse desastre.

Já de 19 setores da economia afetados pelas queimadas os três primeiros foram a pecuária com R$ 658 milhões de prejuízos; agricultura com R$ 144 mi e instalações públicas danificadas ou destruídas no valor de R$ 103 milhões. Na lista aparecem ainda a indústria (R$ 50 milhões), habitações destruídas ou danificadas (R$ 17,5 milhões), serviços (R$ 9,8 mi), obras de infraestrutura (6,7 mi), entre outros.

Ziulkoski frisa ainda que, para as administrações locais, é alarmante a redução de verba do governo federal para ações de prevenção e até mesmo combate às queimadas. Enquanto em 2016 foram pagos R$ 77,4 milhões para ações de prevenção, fiscalização, monitoramento e combate a queimadas e incêndios florestais, o valor caiu para R$ 46,4 milhões em 2020 e para R$ 62,9 milhões em 2021. “Além disso, há uma diferença significativa entre os recursos autorizados no orçamento e o total efetivamente pago pela União”.

Ao longo do período, foram registrados 1.104.422 focos no país, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), ambos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Só em Mato Grosso, foram 120.344 focos nos seis últimos anos. Do total, 47.708 em 2020 e 20.398 incêndios neste ano.

Entre os biomas mais atingidos pelas chamas, a CNM identificou que a Amazônia foi a mais consumida, com 47,1% dos focos ativos, seguido pelo Cerrado (31,8%) e a Mata Atlântica (8,9%). Em número total, a Amazônia soma 518.997 registros e o Cerrado, 350.064, ambos no período de 2016 a 2021.

Diante do cenário, a CNM alerta para a necessidade de os estados e a União investirem com urgência recursos para criação de políticas públicas que fortaleçam o combate às queimadas e incêndios florestais, visando também investir no fortalecimento dos órgãos de fiscalização ambiental.





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