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Segunda - 03 de Janeiro de 2022 às 06:18
Por: Emilly Magalhães/Folha Max

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Apesar de ainda não ter confirmado sua candidatura à reeleição, o governador Mauro Mendes (DEM) é apontado como o favorito para ganhar a disputa em 2022. A opinião é compartilhada pelos cientistas políticos de Mato Grosso, Vinícius de Carvalho e João Edisom, que em entrevista ao FOLHAMAX fizeram uma análise do cenário político para o próximo ano.

“Acredito que o Mauro será candidato e como é o favorito, compensa adiar o anúncio dessa decisão, até porque se você se assume candidato se torna um alvo muito cedo. Então, ele vai adiar essa decisão até as convenções, mas existe 95% de possibilidade de ser candidato à reeleição. O Mauro tem uma gestão muito bem avaliada, com muitas obras e investimentos. Porém, ele tem um problema de perfil político muito autocrata. A administração é importante, mas o tom da eleição é a politica”, avaliou Vinícius de Carvalho.

“Apesar de ser favorito, essa não será uma eleição fácil. Será uma disputa entre três candidaturas competitivas. Além de Mauro Mendes, teremos um candidato centro-esquerda que fará palanque à candidatura do Lula em Mato Grosso, que ainda está sendo construída e pode ser encabeçada pelo Carlos Abicalil. Não acho que o José Carlos do Pátio seja candidato, acredito que ele não vá renunciar a Prefeitura de Rondonópolis. Mas, ele vai apoiar essa chapa em troca de um apoio lá na frente. E temos bolsonarismo, que é a terceira ponta e querem lançar um candidato a governador também. Isso tudo vai depender de como os bolsonaritas mais radicais como o José Medeiros, o Nelson Barbudo, Abílio Junior, Coronel Fernanda e Victório Galli vão se relacionar. Então acho que sairão três chapas, mas as chances de segundo turno são pequenas”, acrescentou.

O cientista político João Edisom compartilha de uma opinião semelhante. Para ele, Mauro chegará à disputa como favorito. Mas dependendo da escolha da ala bolsonarista, o atual governador pode ter um grande embate durante a disputa.

“O Bolsonaro ainda terá muita interferência nas eleições em Mato Grosso. Mas, essa interferência está mais relacionada às proporcionais do que a majoritária. Entretanto, isso depende muito do candidato que eles escolherem aqui no Estado. Se escolherem uma pessoa na mesma linha dele, que tenha a mesma grosseria que ele trata as coisas, vai ter voto. Mas, não o suficiente para ser eleito. Entretanto, se a pessoa que tiver carregando o nome dele tiver as competências que o eleitor enxergue bem, ele passa a ter uma disputa direta com o governador. Hoje, até por ausência de uma oposição, o Mauro entraria como favorito por uma série de fatores”, explicou João.

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Vinicius de Carvalho e João Edisom analisam possibilidades e nomes para a disputa eleitoral de 2022 tanto para o Governo quanto ao Senado

“O Mauro tem uma gestão de recuperação jamais vista em Mato Grosso, sair da situação em que ele saiu, recuperar a economia e colocar o Estado onde ele colocou, nenhum outro governador fez isso. Mas, ele não transformou essa ação em méritos. Então, terá certa dificuldade se tiver um candidato que esteja ligado ao Bolsonaro, mas que ao mesmo tempo traga um grau de competência”, pontuou.

Com relação à possibilidade de candidatura do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que chegou a declarar em várias ocasiões o interesse em entrar na disputa pelo Palácio Paiaguás, Edisom avalia como improvável. “Com os últimos acontecimentos que o levaram a ser afastado da Prefeitura, o Emanuel perde qualquer possibilidade de uma candidatura com êxito em Mato Grosso. A Baixada Cuiabana representa apenas um terço do total de votos para eleger um governador e o fato dele não estar atuando em outros municípios sua imagem foi reforçada com o episódio do paletó. Então, por mais que ele pudesse vencer na baixada cuiabana, ele não teria tempo para recuperar sua imagem em outros municípios”, concluiu analista político.

SENADO

Em reação ao Senado da República, ambos os analistas afirmam que o cenário ainda está indefinido. Vinicius cogita até a possibilidade do ex-governador Blairo Maggi (PP) aparecer com uma supressa para a composição de chapa.

“O Senado ainda está muito indefinido. Temos o Wellington, que está no partido do Bolsonaro e pode tentar puxar votos de ambos os lados, dos bolsonaristas e dos eleitores do Mauro Mendes também. Temos o Neri Geller, que está em um grupo forte. Existe grande possibilidade do Blairo Maggi aparecer de última hora como uma surpresa. Muita coisa ainda pode acontecer e pode ser uma eleição bem disputada”, comentou Carvalho.

Por sua vez, João Edisom acredita que o Governo do Estado pode agregar peso na disputa. “O Senado é uma grande incógnita. Até que ponto o governo estadual terá peso para eleger o senador? Ele teve peso na eleição do Fávaro. Normalmente, o senador quando é uma cadeira só, é eleito junto com o governador, são raros os momentos em que isso acontece diferente. O Wellington foi umas poucas exceções que se elegeu não estando na chapa de Pedro Taques, à época. Não sei até que ponto o presidente da república pode interferir desta vez”, observou.





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