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Meio Ambiente
Terça - 29 de Março de 2022 às 14:53
Por: Por G1 MT

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Mato Grosso tem 16 municípios entre os 40 que sofrem maior impacto do fogo no Brasil. Pedra Preta na região sul do estado, é o município que mais enfrenta incêndios de grande impacto. A região nordeste do estado, no entanto, concentra a maior quantidade de municípios na lista.

O levantamento faz parte do novo estudo Determinants of the impact of fire in the Brazilian biomes, publicado na Frontiers in Forests and Global Change, pesquisadores do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os pesquisadores alertam que os incêndios não são naturais e tendem a se agravar com a expansão da agropecuária e mudanças climáticas.

Impacto das queimadas no Brasil — Foto: Reprodução

Impacto das queimadas no Brasil — Foto: Reprodução

Segundo o estudo, a tendência, com as mudanças climáticas e com a expansão agropecuária, é que a maior parte do Cerrado, Pantanal e Amazônia sofram com incêndios mais intensos e vastos. Em algumas regiões do Cerrado poderão ocorrer incêndios até cinco vezes mais intensos.

É necessária a intensificação da fiscalização visando a coibição dos causadores de incêndios, aliada ao maior investimento em programas de prevenção e combate de fogo.

Apesar dos recentes cortes no orçamento federal para esses fins, o Brasil hoje dispõe de um sistema inédito mundialmente de previsão de incêndios para o Cerrado desenvolvido pela UFMG em parceria com Inpe.


Histórico de incêndios de grande impacto mostra que eles ocorrem em áreas de vegetação nativa — Foto: Noah Berger/AP

Histórico de incêndios de grande impacto mostra que eles ocorrem em áreas de vegetação nativa — Foto: Noah Berger/AP

Conforme o levantamento, inovações da comunidade científica demonstram a resiliência da sociedade civil brasileira em desenvolver soluções em prol do meio ambiente, mesmo em um cenário atual de desmonte da ciência nacional e políticas socioambientais.

O estudo concluiu, assim, que os grandes incêndios não são naturais, tendo causa majoritariamente humana, porém, um clima mais quente e seco tem agravado em muito as queimadas.

Segundo o estudo, no Cerrado e no Pantanal, o histórico de incêndios de grande impacto mostra que eles ocorrem em áreas de vegetação nativa, normalmente em Unidades de Conservação próximas a propriedades rurais que possuem maiores rebanhos bovinos e, principalmente, nas quais ocorreu desmatamento recente

Logo, o desmatamento para a produção agropecuária e o uso do fogo para rebrota de pasto são as principais causas dos incêndios, que se iniciam em propriedades privadas, escapando em seguida para as áreas de vegetação nativa das Unidades de Conservação e Terras Indígenas.

Embora no Pantanal a presença de vegetação seca influencie a propagação do fogo, o uso da terra, incluindo a pecuária, o desmatamento e o clima são os fatores principais que explicam 78% da ocorrência de grandes incêndios.

Os incêndios florestais vêm aumentando ao redor do mundo. Nos últimos anos, queimadas descontroladas devastaram extensas áreas do Pantanal, Amazônia e Cerrado.

O aumento dos incêndios florestais no Brasil parece estar associado a uma combinação entre as mudanças climáticas e ao aumento do desmatamento devido ao enfraquecimento das políticas ambientais.





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