Mais de 90% dos resíduos da construção civil em Cuiabá têm destinação irregular
Foto: Laura Petraglia - OD
Resíduo da Construção Civil descartado às margens de córrego
Das 200 caçambas cheias de resíduos da construção civil geradas em Cuiabá diariamente, apenas 17 (8,5%) chegam à Usina de Triagem da Capital, local adequado e destinado pela legislação como fim correto para este tipo de resíduo. Mais de 90%, segundo o engenheiro Fábio Candia, sócio-proprietário da empresa Eco Ambiental, detentora da concessão do aterro de resíduos da construção em Cuiabá, é despejado de forma criminosa às margens de rodovias, beiras de córrego e terrenos baldios, denuncia.
Há pouco mais 100 metros do aterro e usina de triagem de resíduos da construção civil de Cuiabá, às margens da MT 251, a reportagem do Olhar Direto flagrou toneladas deste tipo de material descartado em um terreno baldio e na beira de um córrego da rodovia. A construção civil é reconhecida como uma das mais importantes áreas de desenvolvimento econômico e social, por outro lado, comporta-se ainda como grande geradora de impactos ambientais.
Por lei, as obras de uma maneira geral, devem apresentar projetos de gerenciamento e destinação dos resíduos da construção civil, mas nem sempre é assim que funciona. “Muito se fala em meio ambiente, mas os serviços ambientais tem um custo que as pessoas nem sempre estão dispostas a pagar. Muitas obras contratam um caçambeiro para fazer a retirada do entulho, mas não querem saber pra onde e o destino que será dado a esse material”, explica Fábio.
No aterro, assim que as caçambas chegam, os trabalhadores fazem a triagem do material. Os chamados resíduos cinza e vermelho (resíduos de construção, demolição, reformas, reparos de pavimentação, tijolos, pisos), são separados para posteriormente serem processados na usina e reciclados na forma de agregados.
Resíduos como papel, plásticos, papelão, metais, vidros, são separados e destinados às empresas que fazem reciclagem deste tipo de material. As madeiras também são processadas e destinadas a empresas que utilizam caldeira, como combustível para queima.
Por enquanto, a usina da Eco Ambiental ainda não está funcionando, porém, a previsão é para que comece a operar ao final de julho.
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