No entanto, após ter a experiência de ser mãe e dar formação para três crianças acolhidas, ela decidiu se dedicar integralmente a ajudar pais que querem adotar uma criança e não sabem por onde e como começar o processo de adoção. Deste modo, Lindacir resolveu participar e organizar a Ampara que tem a responsabilidade legal de ministrar o curso “pré-natal da adoção” para as famílias que pretender adotar uma criança ou um adolescente.
Lindacir contou que adotou o primeiro filho, João Paulo Rocha, quando ele era recém-nascido. Hoje, ele já tem 18 anos. Já a segunda filha, Maria Rita Rocha, foi adotada com pouco mais de um ano e hoje a adolescente tem 17 anos de idade.
A terceira adoção surgiu quando Lindacir conheceu uma menina chamada Ana Regina. A garota já tinha passado pela casa de outras três família até ser adotada pela presidente da Ampara. “A construção da família através da adoção não difere da construção da forma biológica. É o amor que realiza a família, seja ela biológica ou adotiva”, ressaltou Lindacir.
Uma das filhas de Lindacir Rocha fez questão de lembrar que sua mãe lutou muito para criar os filhos adotivos. “Nós sofremos preconceitos por sermos irmãos diferentes, mas hoje, o amor é o mesmo, a família é a mesma, a gente se considera filha da minha mãe e é isso que importa”, revelou a estudante Maria Rita de 17 anos.
A adolescente também ajuda a mãe na instituição e faz estágio na Ampara. Ela conta como é viver em uma família adotiva e fala da importância da adoção. A entidade não tem sede própria e funciona no complexo Pomeri, no espaço reservado à Vara de Infância e Juventude. Ela sobrevive por meio de trabalho voluntário e doações de pessoas físicas.
Curso para pais
Segundo a presidente da instituição, por lei, os pais que pretendem adotar uma criança devem passar pelo curso “pré-natal da adoção”. O curso é necessário para aconselhar e conscientizar as pessoas da importância da adoção. O objetivo, segundo Lindacir Rocha Bernardon, é reduzir e, se possível, acabar com as devoluções de crianças por pais que se arrependeram da adoção, práticas que resultam em traumas aos adotados.
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