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Saúde
Segunda - 07 de Maio de 2012 às 21:39

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Fiocruz usa parasita da doença de Chagas para prevenir diabetes
Fiocruz usa parasita da doença de Chagas para prevenir diabetes

Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, descobriram que o parasita causador da doença de Chagas pode ser usado na prevenção de outra doença sem cura: o diabetes tipo 1, que atinge 1 milhão de brasileiros. As informações são do Jornal Nacional.

 A descoberta ainda precisa ser testada em seres humanos, mas os pesquisadores estão otimistas.

O diabetes tipo um é uma doença autoimune cujo corpo ataca as células do pâncreas que produzem insulina. O hormônio é responsável pela quebra das moléculas de glicose para transformá-las em energia. Quando não há produção de insulina, a quantidade de açúcar no sangue aumenta e as consequências podem ser problemas na visão, nos rins e no coração.

O diabetes tipo 1 atinge principalmente crianças e jovens que se tornam dependentes da insulina a vida inteira para controlar a doença.

A descoberta da Fiocruz, no entanto, foi por acaso. Enquanto pesquisavam a doença de Chagas, os cientistas perceberam que camundongos que recebiam o parasita Trypanossoma cruzi no laboratório não desenvolviam diabetes, apesar de ser geneticamente propensos a doença.

Os testes começaram em 2005 e a equipe da Fiocruz em parceria com a Faculdade de Medicina de Petrópolis está otimista com os resultados. O diabetes não se manifestou em nenhum animal testado.

Segundo José Mengel, pesquisador da Fiocruz, o parasita mostrou ser “uma proteção extremamente robusta”.

“Você continua tendo uma proteção muito alta, em torno de 100%, mesmo quando você usa uma droga que desencadeia o diabetes nesses camundongos”, afirma Mengel.

O segundo passo do estudo é identificar e isolar a substância produzida pelo parasita, capaz de proteger o organismo, para poder usá-la em pacientes sem infectá-los com a doença de Chagas.

A expectativa dos pesquisadores é que no futuro a descoberta feita no laboratório se torne o primeiro remédio capaz de prevenir a doença.

“As pessoas que já tem pais que apresentam a doença, a gente sabe de antemão que eles têm mais chances de desenvolver o diabetes tipo 1, ou seja, você poderia vacinar essas pessoas contra o futuro aparecimento do diabetes tipo 1”, afirma Mengel.






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