A descoberta ainda precisa ser testada em seres humanos, mas os pesquisadores estão otimistas.
O diabetes tipo um é uma doença autoimune cujo corpo ataca as células do pâncreas que produzem insulina. O hormônio é responsável pela quebra das moléculas de glicose para transformá-las em energia. Quando não há produção de insulina, a quantidade de açúcar no sangue aumenta e as consequências podem ser problemas na visão, nos rins e no coração.
O diabetes tipo 1 atinge principalmente crianças e jovens que se tornam dependentes da insulina a vida inteira para controlar a doença.
A descoberta da Fiocruz, no entanto, foi por acaso. Enquanto pesquisavam a doença de Chagas, os cientistas perceberam que camundongos que recebiam o parasita Trypanossoma cruzi no laboratório não desenvolviam diabetes, apesar de ser geneticamente propensos a doença.
Os testes começaram em 2005 e a equipe da Fiocruz em parceria com a Faculdade de Medicina de Petrópolis está otimista com os resultados. O diabetes não se manifestou em nenhum animal testado.
Segundo José Mengel, pesquisador da Fiocruz, o parasita mostrou ser “uma proteção extremamente robusta”.
“Você continua tendo uma proteção muito alta, em torno de 100%, mesmo quando você usa uma droga que desencadeia o diabetes nesses camundongos”, afirma Mengel.
O segundo passo do estudo é identificar e isolar a substância produzida pelo parasita, capaz de proteger o organismo, para poder usá-la em pacientes sem infectá-los com a doença de Chagas.
A expectativa dos pesquisadores é que no futuro a descoberta feita no laboratório se torne o primeiro remédio capaz de prevenir a doença.
“As pessoas que já tem pais que apresentam a doença, a gente sabe de antemão que eles têm mais chances de desenvolver o diabetes tipo 1, ou seja, você poderia vacinar essas pessoas contra o futuro aparecimento do diabetes tipo 1”, afirma Mengel.
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