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Cidades/Geral
Sexta - 04 de Maio de 2012 às 06:59
Por: JÉSSICA BENITEZ

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Desapropriações no Barbado: defensor público e Secopa estão falando línguas diferentes
Desapropriações no Barbado: defensor público e Secopa estão falando línguas diferentes
Moradores dos bairros Bela Vista, Pedregal, Castelo Branco e Jardim Renascer, em Cuiabá, estão revoltados com a proposta de remoção feita pela Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) em razão das obras da Avenida Parque do Barbado.

O maior questionamento gira em torno de seus destinos, pois uma das opções é a mudança para o residencial ‘Altos do Parque’, localizado no bairro Parque Cuiabá, na saída para Santo Antônio. Os moradores não concordam com a modificação, alegando ser distante demais de onde vivem atualmente.

Para o gerente de condomínio Luiz Carlos Campos Vieira, de 40 anos, morador do Castelo Branco há 20, as pessoas estão sendo tratadas com descaso.

“Nós entendemos que o Estado deve crescer, evoluir, porém, a realidade é que isso está sendo feito sem que a população seja respeitada. Estamos à mercê, pois nada está sendo feito democraticamente”, desabafa. Ele conta ainda que sua esposa trabalha bem próximo de sua residência e que suas duas filhas também estudam nas redondezas, portanto sua vida ficará “de cabeça para baixo” com o remanejamento.

Na tarde de ontem (03) uma audiência pública realizada no auditório da Assembleia Legislativa levantou mais uma vez a questão das desapropriações que irão acontecer por conta das obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014.

A sessão ocorreu devido a um pedido feito pelo defensor público e coordenador do núcleo de regularização fundiária, Air Praeiro, ao deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos Emanuel Pinheiro (PR), com o objetivo de reunir todos os envolvidos na questão.

Apoiando os moradores, Air afirmou que a Secopa tem omitido informações e dificultando, assim, o trabalho da Defensoria Pública. “Falta transparência por parte da Secopa, sendo que os direitos dos moradores estão garantidos pela Constituição Federal; se ela não for respeitada, então é melhor rasgá-la. Nós estamos sendo radicais? Se ser radical é defender os direitos da população, então somos radicais, sim”, esbravejou o defensor.

Os moradores marcaram presença maciça na audiência pública, mostrando estarem dispostos a lutar pela causa.

O secretário-adjunto de Desapropriações da Secopa, Djalma Sabo Mendes, não foi à audiência e justificou dizendo que recebeu o convite já no final da tarde de quarta-feira (02), o que teria impossibilitado sua presença por conta de compromissos já agendados.

Ele também rebateu as acusações de não estar dando opções aos moradores dos bairros que envolvem a futura obra do ‘Parque do Barbado’ e também a de que a Secopa estaria omitindo informações.

“Em uma reunião feita há 15 dias, inclusive com a presença dos presidentes de bairro, eu já havia explicado que a remoção para o condomínio Altos do Parque é apenas uma opção, que por sinal o residencial não foi feito para esse fim, mas como já está pronto, decidimos oferecê-la”, afirmou.

“Na ocasião, eu expus que, quem não quisesse se mudar para o lugar, poderia entrar, por exemplo, no plano ‘Minha Casa, Minha Vida’ e com o dinheiro da indenização comprar outro imóvel no local onde for melhor. Além disso, esta obra só começará em 2013, portanto há tempo para apresentarmos alternativas”.

Ainda segundo Djalma, essas informações também foram passadas a um promotor de justiça e a Secopa “está de portas abertas” para receber todas as pessoas que tiverem dúvidas. “Inclusive, eu acabei de receber duas senhoras lá do Castelo Branco e já esclareci todas suas dúvidas”, disse.

Para compensar a distância, o condomínio ‘Altos do Parque’, que possui 500 casas, terá em sua estrutura escola, creche, asfalto e até mesmo praças de lazer, estrutura essa que, conforme Djalma, muitas pessoas dos bairros em questão não possuem, por estarem em uma área de risco de enchentes.




Fonte: DO DC

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