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Nacional
Quarta - 02 de Maio de 2012 às 17:42
Por: GABRIELA GUERREIRO/RUBENS

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O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), apresentou seu plano de trabalho nesta quarta-feira (2) à comissão com a proposta de iniciar as investigações ouvindo os delegados e procuradores responsáveis pelas Operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.

Numa blindagem ao governo, o relator limita inicialmente as investigações da empresa Delta Construções à diretoria da empresa na região Centro-Oeste.

A Delta é a empresa que mais recebeu recursos do Orçamento do Executivo desde 2007. Na primeira etapa dos trabalhos, Cunha sugere a convocação de Claudio Abreu, ex-diretor da regional Centro-Oeste da Delta Construções --sem propor a convocação do presidente licenciado Fernando Cavendish nem de outros funcionários da empresa. A empresa responsabiliza isoladamente Abreu pelas irregularidades em contratos firmados.

Ao justificar seu plano de trabalhos, Cunha disse que pretende focar as investigações na atuação da Delta na região Centro-Oeste.

O inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, indica que Cavendish tinha conhecimento e estimulava a forma pela qual o ex-diretor Cláudio Abreu conduzia os negócios da empresa no Centro-Oeste.

Abreu relata a Cachoeira, em telefonema interceptado pela PF na noite de 31 de janeiro deste ano, que Cavendish o orientou a ter "cuidado", porque estava sendo visado pela imprensa, mas que ele não deveria "recuar

Cachoeira é apontado pela Polícia Federal como chefe da suposta organização criminosa de exploração de jogos ilegais e tráfico de influência com agentes públicos e privados.

CALENDÁRIO

No calendário sugerido por Cunha, os delegados Raul Alexandre Marques Souza e Matheus Rodrigues, assim como os procuradores Daniel Salgado e Leia Batista de Oliveira, seriam ouvidos nos dias 8 e 10 de maio. Os delegados e procuradores são os responsáveis pelas investigações da Vegas e da Monte Carlo no âmbito da Polícia Federal e Ministério Público.

Cunha sugeriu ouvir o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no dia 17 de maio. Outros integrantes da suposta organização criminosa, segundo o relator, seriam ouvidos em reunião do dia 22 e 24 de maio - entre eles José Olímpio Queiroga Neto, Gleyb Ferreira, Lenine Araújo de Souza e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá.

O dia 29 de maio seria dedicado ao depoimento de Claudio Abreu à comissão. O plano de trabalhos precisa ser aprovado pelo plenário da CPI para que o calendário seja cumprido.

Os trabalhos dos meses de junho a 4 novembro, quando Cunha pretende encerrar as investigações da CPI, vão ser definidos pelo relator com a proximidade das datas.

Ao justificar o plano de trabalho, Cunha disse que a agenda prioritária da CPI vai buscar "caracterizar a organização criminosa do senhor Carlos Augusto Ramos para identificar cada operador da organização, sua relação com agentes públicos e integrantes de governos estaduais, sua relação com membros do Ministério Público e Poder Judiciário".

O relator também prometeu investigar a relação da "organização criminosa" com policias civis e militares, setor empresarial e agentes de mercado, inclusive com a empresa Delta na região Centro-Oeste.

"Serão investigados ainda esquema de monitoramento de telecomunicações de forma ilegal e escutas clandestinas. Prática de evasão de divisas e crimes tributários praticados pelo senhor Carlos Augusto Ramos", afirmou Cunha.






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