Armador Kojo Mensah e Shilton, quarto melhor reboteiro do NBB, empurram equipe catarinense
Armador africano e pivô com sangue indígena dão força ao Joinville

Mensah (com a bola) e Shilton (à direita) são a força de Joinville no NBB

Uma das principais explicações para esse sucesso é a contratação do armador ganense Kojo Mensah, que circulou pelo basquete uruguaio, dominicano, colombiano e venezuelano antes de chegar a Santa Catarina.

A outra razão dos bons resultados é brasileiríssima: o pivô Shilton, que topou receber um salário menor para poder permanecer em Joinville, onde é ídolo.

Shilton Alessanco dos Santos deve os dois primeiros nomes ao pai, que é locutor de futebol e grande fã do ex-goleiro da seleção inglesa Peter Shilton e de Alesanco, zagueiro da Espanha na Copa de 82 e do Barcelona.

Natural de Cuiabá, Shilton tem sangue indígena. Sua avó morava em uma aldeia da tribo bororó. “Enquanto todos comiam pão, minha família comia mandioca assada.”

Nos tempos difíceis, passou seis meses à base de arroz com ponta de asa de frango, que um açougueiro repassava para a família. Mesmo assim cresceu até 1,98m, o que o ajuda para ocupar o quarto lugar entre os reboteiros do NBB segundo as estatísticas da competição.

Quando contrai um resfriado, Shilton costuma ligar para os parentes no Mato Grosso, para receber indicações sobre chás e ervas que pode tomar para se recuperar. "Faço questão de preservar a memória indígena. Falo algumas poucas palavras da língua dos bororós, mas procuro fazer algumas orações e rituais para não perder as raízes."

Em melhor situação que o Joinville está o São José, que derrotou Franca fora de casa na primeira partida. A segunda será nesta terça-feira, a partir das 21h, no Vale do Paraíb.