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Saúde
Sexta - 28 de Outubro de 2011 às 08:29
Por: LAíS CAMARGO

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Uma das barreiras para o diagnóstico e tratamento de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) é o custo dos testes e dos medicamentos. Porém, a rede estadual de saúde oferece o serviço gratuitamente, inclusive com testes rápidos de Aids, que fornecem o resultado em 15 minutos. Funcionários da área da saúde já começaram a receber treinamento em Mato Grosso do Sul para aplicar testes rápidos também para sífilis e hepatites virais (B e C), que até o começo de 2012 já devem ser disponibilizados.

Cerca de mil testes rápidos de HIV são realizados por mês no Estado, fornecidos pelo governo federal. O caráter de urgência para aplicação do teste é regulamentado e define como população vulnerável as prostitutas, homossexuais, pessoas com sintomas, com outra DST, com tuberculose, além de populações afastadas, como indígenas, rurais e moradores de rua. “Este teste rápido começou com o projeto Nascer, quando a gestante não fez pré natal e está em trabalho de parto, era feito o teste antes para evitar contaminação do bebê com o vírus. Ao longo dos anos foi estendido para outros grupos”, aponta a técnica do Programa Estadual DST/Aids, Florinda de Almeida.

Mesmo fora do grupo de vulneráveis, o teste laboratorial é gratuito para a população e está disponível nos postos de saúde e fica pronto em 15 dias. Nas unidades 24h são feitos apenas em casos de violência sexual e acidentes de trabalho. No procedimento é retirada uma gota de sangue, como o medidor de glicose, e o equipamento aponta em 15 minutos se a pessoa possui anticorpos para o vírus HIV, o que indica contaminação. “Os dois testes são bastante confiáveis, quase 100% de certeza. Depois de confirmada a doença, o tratamento é gratuito”, afirma Florinda.

Avanços

Com os exames para diagnóstico disponíveis, fica mais fácil contabilizar. No Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Capital, por exemplo, foram 2.659 testes no primeiro semestre. Destes, oito estavam infectados com o vírus da Aids, todos homens. O trabalho maior tem sido na prevenção, que reflete nos números e na qualidade de vida da população posteriormente. “Agora as pessoas têm acesso a preservativos e podem fazer o teste sem pagar. Com o diagnóstico precoce o tratamento tem mais eficiência”, exalta Florinda.

Uma novidade do Ministério da Saúde é a Rede Cegonha, que disponibiliza o teste rápido também para gestantes e seus parceiros durante o pré natal, para antecipar o tratamento. A rede inclui os novos testes de sífilis e hepatites. Atualmente o Centro-Oeste do Brasil é a região que mais têm detecções de sífilis no país, porém a que possui menos casos de bebês que herdaram a doença da mãe no parto.

Sífilis

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Com o desaparecimento dos sintomas, o que acontece com frequência, as pessoas se despreocupam e não buscam diagnóstico e tratamento. Sem o atendimento adequado, a doença pode comprometer a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. Se não tratada, pode até levar à morte.

Além da transmissão vertical (de mãe para filho), a doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado e por transfusão de sangue contaminado. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.

Estimativa OMS

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano no mundo ocorrem aproximadamente 12 milhões de novos casos da doença. No Brasil, as estimativas da OMS de infecções de sífilis por transmissão sexual, na população sexualmente ativa, a cada ano, são de 937 mil casos. 






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