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Internacional
Sexta - 13 de Maio de 2011 às 22:48

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Antes de o grafite virar moda e invadir os grandes museus internacionais --como no caso da exposição "Art in the Streets", que está em exibição no Museum of Contemporary Art, em Los Angeles--, uma dupla começava a agitar entre quatro paredes a promissora cena que fervia nos muros paulistanos.

Em 2002, Alexandre Sesper, 37, e Felipe Yung, o Flip, 32, passeavam pelo centro de São Paulo quando viram a placa de "aluga-se" em uma loja na galeria vizinha à Galeria do Rock. "Era ponto de encontro de nigerianos, ninguém queria aquele lugar", conta Flip. O aluguel da loja e galeria de arte urbana pioneira foi bancado com o dinheiro de um libanês, que queria decorar sua casa de sete andares no litoral de São Paulo. O milionário encomendou 30 painéis dos artistas.

Com os dólares da encomenda no bolso, eles investiram na sala. O aluguel custava R$ 200 e, devido ao calor que fazia próximo aos janelões de vidro, o espaço ficou conhecido como grelha. A loja nunca teve um plano comercial. Não possuía alvará nem razão social. Os artistas convidados para exibir seus trabalhos eram os amigos da dupla. "Na época era impossível um galerista paulistano receber um grafiteiro", lembra Sesper.

Por lá, expuseram Titi Freak, Fefe Talavera, Onesto, Nunca e Silvana Mello -hoje eles estão entre os nomes mais importantes da arte urbana do país. Além de organizar as exposições, a dupla vendia artigos desejados pelos grafiteiros, mas que não eram encontrados no Brasil, como canetões (usados para riscar muros) e bonés tipo "trucker" (com rede na lateral). Tudo o que era moda no exterior. Cada exposição ganhava uma série limitada de camisetas, que hoje são objetos de colecionador.

A Most virou "point" da turma que pintava nas ruas. Os donos faziam questão de não economizar na cerveja em dia de "vernissage". "Muitos artistas se conheceram ali. osgemeos frequentavam a casa, nosso vendedor virou assistente deles. O músico Marcelo D2 também foi cliente. A decoração da Most inspirou o cenário do DVD dele no Acústico MTV", diz Flip.

Em 2003, a loja migrou para a Galeria Ouro Fino, no Jardins (região oeste), mas fechou em um ano. Segundo os donos, o paulistano não estava pronto para consumir esse tipo de arte. "Nunca saímos de lá com mais de R$ 200 no bolso", conta Sesper. Hoje, os artigos da Most são itens de colecionador. Eles serão reeditados e vendidos futuramente pela internet e na recém-inaugurada loja de Sesper, a Haters and Skills (r. Augusta, 1.371, loja 9, São Paulo, SP; tel. 0/xx/11/2365-7667).






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