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Policia MT
Segunda - 21 de Março de 2011 às 15:58
Por: LUCIENE OLIVEIRA

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Polícia Civil desarticula quadrilha de assaltantes de bancos em Mato Grosso
Polícia Civil desarticula quadrilha de assaltantes de bancos em Mato Grosso

A Gerência de Combate ao Crime Organizado, da Polícia Judiciária Civil, concluiu as investigações da operação “Lacraia”, que resultou na prisão de uma quadrilha responsável pelo roubo de três agências bancárias do interior do Estado de Mato Grosso. O inquérito policial foi encaminhado na semana passada ao juiz da Comarca de Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste de Cuiabá). Dez integrantes da quadrilha foram indiciados e oito tiveram prisão preventiva decretadas e cumpridas, na quinta-feira (17.03), dentro da cadeia.

Onze pessoas ligadas à quadrilha foram presas no dia 18 de janeiro deste ano, na operação “Lacraia”. O bando é responsável pelos assaltos os Bancos do Brasil das cidades de Aripuanã, no dia 3 de março de 2010, Nova Mutum, em 02 de junho de 2010, e Campo Novo do Parecis, no dia 2 de dezembro de 2010, na modalidade “Novo Cangaço”.

Os roubos foram praticados pela quadrilha liderada por Sílvio César de Araújo, 37 anos, o “Cabelo de Bruxa”, bandido com vasto histórico criminal, com a participação efetiva de Edivalson Próspero da Silva (nome verdadeiro), 44, o “Tiozinho” - preso com o nome falso de Paulo Alves de Souza -; Clovis da Silva Veiga, 26, o “Branquinho”; José Hamilton da Silva, 24 anos, o “Ceará”; Carlos Henrique da Silva Júnior, o “Barbicha” (foragido); Wellington Xavier de Campos, o “Boi” (foragido); Cícero Fernando Santiago Neto (nome verdadeiro), 24, o “Fernando Bombado”- preso com o nome de Fernando Cícero de Oliveira Mendes- e Sérgio Nunes da Silva, 26, o “Lacraia”.

Os oito bandidos são considerados pessoas que adotaram o crime como profissão. Todos são processados e alguns com mandados de prisão em aberto, que circulavam livremente usando documentos falsos e praticando crimes. “Entendemos que manter esses indivíduos custodiados será necessário, pois acreditamos que seria a única forma de assegurar a aplicação da lei penal, vez que se trata de pessoas que adotaram o crime como profissão e, uma vez soltos, mudam de identidade e endereço e, o pior, voltam a atividade”, alegou o delegado Luciano Inácio ao pedir a prisão preventiva.

O delegado Luciano Inácio da Silva, indiciou os acusados por tentativa de homicídio, perigo para a vida ou saúde de outrem, roubo qualificado por lesão corporal de natureza grave, formação de quadrilha, posse ilegal de armas, uso de documentos falso e falsidade ideológica.

Inácio disse que a participação dos acusados nos roubos, principalmente no praticado ao banco de Campo Novo do Parecis, está assegurada num conjunto de provas formado por entrevistas registradas em relatórios, declarações de vítimas e testemunhas, reconhecimento por meio de fotografia, apreensão de objetos (armas, munições, coletes a prova de balas e vestuários camuflado) e outros.

De acordo com Inácio, na logística surgiram outros personagens, ora ofertando munição para o armamento da quadrilha, ora ajudando a esconder o produto do crime.

Na operação “Lacraia”, também foram presos Sinval Machado Xavier, 29 anos, o “Sinval”, Divino Marino de Araujo, 68 (pai do Silvio César), Marcos Antonio de Assis Machado, 27, “Marcão, Juliana Jessica de Sene Duque (mulher de Lacraia), e Jefferson Ferreira de Arruda, 25 anos, o “Ereca”.

Na ação, os policiais também apreenderam uma submetralhadora; três pistolas utilizados nos assaltos às agências das três cidades; R$ 14,4 mil; e oito veículos (caminhonete L200 Triton, Renault Sandero, Astra, Mercedes, Saveiro, Gol, Fiesta, motocicleta XT 670).

No dia 30 de janeiro, policiais militares apreenderam em um sítio na rodovia MT 246, município de Jangada, pertencente a Sílvio César (Cabelo de Bruxa) e seu pai Divino Marino de Araujo, 68, um fuzil calibre 762, dezenas de munições de calibres diversos, coletes a prova de balas e roupas camufladas semelhantes as usadas pelos bandidos no assalto de Campo Novo do Parecis. As buscas foram realizadas com mandado requerido pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Perfil dos integrantes

Durante as investigações do roubo praticado nas três agências bancárias, o delegado Luciano Inácio da Silva, construiu o perfil dos principais bandidos para fortalecer o inquérito policial. Todos têm envolvimento e em mais de uma modalidade de crime.

- Sílvio César de Araújo, 37 anos, o “Cabelo de Bruxa”, bandido com vasto histórico criminal e articulados de assaltos a bancos. Indiciado em 2003, no GCCO, por porte ilegal de arma de fogo, quando foram apreendidos em poder de sua quadrilha cinco fuzis, duas espingardas e uma pistola. Sua carreira criminosa é espelhada na do irmão José Maria de Araújo, ladrão de banco condenado a quase 100 anos de prisão. É condenado a 4 anos e 8 meses de prisão por uso de armamento pesado.

- Edivalson Próspero da Silva, 44, preso com o nome falso de Paulo Alves de Souza, 44, o “Tiozinho”. Foi reconhecido no roubo da agência de Aripuanã (3.03.2010). O criminoso é fugitivo do complexo penitenciário Papuda, no Distrito Federal, onde cumpria pena de roubo. Ele é condenado a 79 anos de prisão por roubo a banco. Também responde pelo roubo a agência do Banco do Brasil de Nova Mutum, ocorrido em 2009, e é suspeito do roubo a mesma agência, praticado em julho de 2010.Ele tinha mandado de prisão pelo roubo ao banco de Nova Mutum.

- Clovis da Silva Veiga, 26, o “Branquinho” - ladrão de banco já conhecido. Em 2005 foi preso por ter participado do roubo a agência do Banco do Brasil da cidade de Guiratinga.

- Cícero Fernando Santiago Neto, 24 anos, o “Fernando Bombado”, quando foi preso, se identificou por Fernando Cícero de Oliveira Mendes. Posteriormente foi descoberto que se tratava de Cícero Fernando Santiago Neto, foragido da Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia, onde cumpria pena de 10 anos e 8 meses de reclusão por crime de roubo. Ele é condenado por crime de extorsão.

- José Hamilton da Silva, 24 anos, o “Ceará”, surgiu nas investigações com o nome de Severino Rodrigues da Silva. Trata-se de um bandido com importante histórico criminal. Era procurado pela Polícia do Ceará por vários crimes que teria praticado naquele Estado. Pela GCCO, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pela comarca de Missão Velha, no Ceará. O assaltante tem um cacoete nervoso, que o faz ficar repuxando o pescoço. Em 2010, participou de um roubo na cidade de Feijá,no Acre, que culminou na morte de um policial.

- Wellington Xavier de Campos, o “Boi – participou ativamente do assalto às agências bancárias. É conhecido da polícia desde o ano de 2003, quando foi registrado sua primeira passagem por roubo. Ainda responder por formação de quadrilha em concurso de pessoa e artigo 306, da Lei 9.503/2007. Ele tem dois mandados de prisão em aberto, sendo um decretado na operação “Lacraia”

- Carlos Henrique da Silva Júnior, o “Barbicha” - Participou diretamente do roubo as agências de Campo Novo do Parecis. É citado nos roubos de Aripuanã e Nova Mutum. Seu nome ainda é investigado.

- Sérgio Nunes da Silva, 26 anos, o “Lacraia” – Tem quatro passagens por tráfico de drogas, por roubo e homicídio. Também estava presente no roubo de Campo Novo do Parecis.

- Marcos Antonio de Assis Machado, 27, “Marcão”, integrante da quadrilha de Sílvio (Cabelo de Bruxa), mas ligado aos crimes de fraude bancária. Ele tinha mandado de prisão preventiva pela comarca de Pimenta Bueno, Estado de Rondônia. Recebeu identidade falsa em nome de Marco Ricardo da Cunha. Foi indiciado por falsidade ideológica.

- Divino Marino de Araujo, 68, pai do Silvio César (Cabelo de Bruxa) é considerado um dos mais antigos estelionatários do Estado. Ele era responsável pela produção de documentos falsos para membros da quadrilha do filho.

NOVO CANGAÇO

A expressão “Novo Cangaço”, é uma alusão às ações criminosas praticadas por cangaceiros que, no século passado, agiam em grupos e fortemente armados para roubar e espalhar terror no agreste pernambucano, sendo que o seu maior expoente foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Entre os anos de 1998 a 2010, foram contabilizadas 25 ocorrências em cidades do interior do Estado de Mato Grosso.





Fonte: PJC-MT

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