No último mês de isenção total do IPI, MT emplaca 15% a mais de autos em relação a agosto

Comparado ao mesmo período do ano passado, esse valor dobrou

O anúncio de que setembro seria o último mês beneficiado pela redução total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) criou expectativa por parte dos concessionários e dos consumidores. Os números divulgados pelo Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Mato Grosso (Sincodiv), em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 06.10, comprovam o aumento da procura pelos carros novos.

Em setembro foram emplacados 3.640 automovéis (carros de passeio) no estado de Mato Grosso, enquanto os números de agosto registraram 3.161 veículos. Em setembro do ano passado, em meio à crise, esse número não passou de 2.821, o que representa um incremento de 29,03% nas vendas desse ano. O número pode ser comemorado pelos concessionários do estado e se deve especialmente à medida governamental adotada no início de 2009 com a isenção do IPI sobre carros novos.

“O fechamento desse terceiro trimestre foi extremamente positivo e não há dúvidas que isso se deve à atuação da equipe econômica e ao governo que conhece a realidade e soube lidar com ela antes que se instaurasse um problema social”, afirma o presidente do Sincodiv, Paulo Boscolo. Segundo ele, não houve registro de fechamento de empresas, nem de postos de trabalhos. “Desde o início da crise incentivamos os empresários a manterem o efetivo”, diz. Dessa forma, as revendedoras passaram a se reestruturar e investir em outros setores, como o pós-venda e acessórios.

Os outros segmentos de veículos se mantiveram dentro do esperado das médias apresentadas nos últimos meses. As motocicletas continuam com as vendas em baixa devido à restrição do crédito; foram 4.956 motos emplacadas no último mês, contra 5.017 em agosto e 6.965 em setembro de 2008.

O segmento de comerciais leves, que em geral acompanha o ritmo de crescimento dos autos, não apresentou grande elevação. No estado inteiro, foram apenas 37 veículos emplacados a mais que em setembro de 2008. No comparativo mensal, a elevação do segmento foi de 12,73% em agosto de 2009 relativo a agosto de 2008, enquanto neste mês esse aumento não passou de 3,56% em relação ao mesmo mês do ano passado.

CUIABÁ – À exceção do segmento de comerciais leves, que apresentou queda de 9,09%, os outros segmentos apresentaram números próximos aos que já vinham ocorrendo. Foram emplacados 1.808 autos em setembro na capital, enquanto em 2008 foram 1.434 emplacamentos. Na estimativa, esse aumento corresponde a 26,08%. No acumulado do ano, a elevação foi de 22,79%.

Entre os meses de janeiro e setembro deste ano foram comercializados 3.272 veículos leves. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de 12,48%, no entanto, apenas neste mês, a capital do estado experimentou queda nas vendas nesse segmento. De 429 veículos desse tipo emplacados em setembro de 2008, o número caiu para 390 mês passado.

Outro dado interessante diz respeito à comercialização de ônibus na capital. O levantamento mensal do Sincodiv em agosto demonstrou que houve um aumento de 500% nas frotas. Embora impulsionado por uma pequena quantidade de veículos, o número é expressivo. Mas neste mês a queda foi de 90% em relação a setembro do ano passado. Enquanto em 2008, ganhavam as ruas 30 ônibus, neste ano apenas 3 sairam das concessionárias.

Boscolo avalia que esse valor negativo se refere à questões estruturais. “Problemas no transporte e na construção civil, por exemplo, não foram solucionados através das medidas governamentais. Dessa forma, não houve investimentos em máquinas, o que acarretou na queda de comercialização de veículos pesados (-30,67% em MT) e não há definição de regras de licitação para ônibus, o que gera a não renovação de frotas”, explica.

ÚLTIMO TRIMESTRE – Mesmo com o IPI subindo gradativamente até janeiro de 2010, a perspectiva para o mercado automobilístico do estado é positiva. “Acredito que possamos fechar o ano com um aumento de 25% na venda de autos e 13% na comercialização de veículos leves. As motos devem se manter em queda ainda, mas esse número deve fechar em -10% apenas”, revela Boscolo. Ele afirma que o aquecimento do mercado interno foi muito importante para o segmento.