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Economia
Terça - 06 de Outubro de 2009 às 08:25
Por: Maria Angélica de Moraes

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O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, assinou nesta segunda-feira (05) na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, o protocolo de intenção para impedir que a floresta Amazônica continue a ser vítima da expansão da pecuária. O documento, também chamado de "Moratória da Carne", também foi assinado pelo Greenpeace e diretores dos três maiores grupos frigoríficos do Brasil, JBS Friboi; Bertin Frigoríficos e Marfrig. Com o acordo as empresas se comprometem a não comercializar carne bovina que venha de regiões desmatadas ou de preservação ambiental, com trabalho escravo e violência, além de animais criados em terras indígenas.

Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país com 26 milhões de cabeças e com previsão de atingir 30 milhões até o próximo ano. A bovinocultura representa a segunda maior pauta de exportações na balança comercial do Estado depois da soja. Segundo dados do governo federal, a pecuária ocupa hoje 80% das áreas desmatadas na região. As empresas signatárias do documento adotaram um programa de seis pontos que inclui prazos para cadastro das fazendas fornecedoras diretas e indiretas e o monitoramento rigoroso do desmatamento ao longo da cadeia produtiva. A iniciativa está aberta para adesão de outras empresas do setor.

Segundo Blairo Maggi a meta de Mato Grosso é ter 100% das propriedades rurais cadastradas para fins de licenciamento ambiental no prazo de um ano. Para isso, o governo estadual vai disponibilizar as ferramentas do programa MT Legal para desburocratizar e estimular o processo de cadastro e licenciamento ambiental, além de disponibilizar imagens de satélite em alta resolução para o monitoramento, permitindo a implementação de um sistema eficiente de rastreabilidade da pecuária no Estado.

"A bola, no Mato Grosso, agora está com os produtores rurais. Eles precisam se adequar à legislação ambiental e cadastrar suas propriedades junto ao governo do estado. É importante que a indústria estimule os fazendeiros a registrar e mapear suas propriedades, para que os compromissos assumidos hoje contra o desmatamento da Amazônia possam ser cumpridos", explicou Paulo Adário, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace.

Polêmica - Para Vicente Falcão, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) estes critérios poderão pressionar o preço da arroba para baixo e aumentar o preço da carne para o consumidor caso a empresa repasse ao produto o valor agregado com a certificação ambiental. "Os pecuaristas são a favor da preservação ambiental. Porém, muitos desses pontos não dependem só produtor, mas principalmente do poder público".





Fonte: A Gazeta

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