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Economia
Terça - 06 de Outubro de 2009 às 07:12
Por: Marcondes Maciel

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O metro cúbico do gás natural veicular nos postos da Grande Cuiabá está sendo comercializado abaixo do valor repassado pela distribuidora. A diferença de valores chega a R$ 0,09, já que no varejo o combustível custa R$ 1,49 e ele é entregue aos postos a R$ 1,58. Depois de assinar contrato de compra e venda do gás com o governo boliviano no mês passado, a estatal local, a Companhia Mato-grossense de Gás (MT Gás), determinou a adoção do valor atual, ainda durante a segunda quinzena de setembro. Ontem, o presidente da Companhia, Helny de Paula, garantiu que não há subsídios, por parte do governo do Estado, para o GNV comercializado pelos postos.

O GNV está sendo vendido atualmente na Grande Cuiabá a R$ 1,49 o metro cúbico (m³), o que faz deste valor de bomba o terceiro menor do país de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petrônio (ANP), como revelou o Diário. Mato Grosso só perde, na média, para o Rio de Janeiro (R$ 1,38) e para o Rio Grande do Norte, onde o GNV é vendido por R$ 1,43.

Como mostra pesquisa recente da ANP, que monitorou os preços entre os dias 27 de setembro a 3 de outubro, todos os postos de Cuiabá e Várzea Grande que revendem o GNV adotam o preço de bomba R$ 1,49, mesmo comprando o gás a R$ 1,58.

Apesar da pesquisa da Agência ser feita semanalmente, a MT Gás, não confirma o valor do gás entregue aos postos. “Se estamos vendemos por R$ 1,58 e o preço na bomba está R$ 1,49, quem está subsidiando são os postos e não a MT Gás”, frisou.

Os proprietários dos postos confirmaram que não há qualquer subsídio ao preço do GNV. “Compramos por um preço e aplicamos nossa margem de lucro em cima”, informou o dono do posto Santa Elisa, em Cuiabá, João Marcelo Borges.

Para o empresário João Marcelo Borges, do posto 14 Bis, em Várzea Grande, a ANP pode ter cometido um equívoco ao informar que o valor repassado pela MT Gás é de R$ 1,58. “Jamais pagaríamos este preço para vender com prejuízo”. Ele revelou que o preço médio praticado pela distribuidora gira em torno de R$ 1,30.

“Temos uma margem bruta de R$ 0,18/m³. Se computarmos todas as despesas, esta margem passa a ser quase nula. Por isso temos de vender uma grande quantidade para termos algum resultado”. O 14 Bis está vendendo o GNV pelo preço mais barato no Estado, R$ 1,48/m³. “É para dar um choque de ânimo no consumidor e despertar novas conversões”, explicou.

O dono do posto Metropolitano, Ranmed Moussa, também não vê prática de subsídios nos preços do GNV. “Ainda não recebemos a nota da última compra faturada, mas posso adiantar que o nosso posto não está subsidiando, pelo contrário, precisamos ter lucro para sobrevivermos neste mercado”.

Ele diz que os postos estão operando com uma margem mínima de lucro, não chegando a R$ 0,10. “Este mercado dá pouco retorno, pois o número de veículos convertidos a gás ainda é pequeno em nossa região”, conta o empresário.

MT GAS - O presidente da MT Gás, Helny de Paula, afirmou que a Companhia tem vida própria e precisa de receita. “Precisamos ter lucro para sobreviver. Podemos até reduzir nossa margem para as distribuidoras, mas não subsidiamos nada porque a companhia não tem dinheiro”.

Ele informou que o gás está sendo comprado hoje junto à Bolívia por preços de R$ 6,50 por milhão de BTU (unidade térmica britânica do gás). “Também temos nossos custos e precisamos praticar um preço justo”, afirmou Helny, acrescentando que a estatal não pode revelar seus preços por uma “questão comercial”, de mercado.

Sem citar data do último despacho, Paula informou que o suprimento a Mato Grosso pela estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) vem sendo feito normalmente. “Temos garantia e as entregas estão fluindo conforme o previsto”.

VENDAS – Por enquanto, os postos ainda não contabilizam um incremento expressivo nas vendas de GNV após a última redução dos preços.

“Não tivemos ainda alteração no volume vendido. Acredito que isso só irá ocorrer quando as conversões forem retomadas”, diz o empresário Ranmed Moussa.

Marcelino Marques também acredita que as vendas terão impulso quando novos proprietários colocarem o kit gás.





Fonte: Diário de Cuiabá

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