Existem líderes que se acham donos de MT, diz Jayme

O senador e pré-candidato do DEM ao Palácio Paiaguás Jayme Campos disparou críticas ao governador Blairo Maggi (PR) e demais lideranças republicanas na manhã desta sexta (24). "Tem líderes partidários que acham que são os donos de Mato Grosso e querem ter o domínio total da situação política". O "desabafo" foi feito durante coletiva na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá. Na ocasião, Jayme voltou a defender o lançamento de candidatura própria do DEM ao Palácio Paiaguas. "Não podemos continuar como coadjuvantes. O DEM foi fundamental tanto na eleição quanto na reeleição do governador Blairo Maggi em 2002 e 2006, respectivamente. Agora é a nossa vez", afirmou.

O democrata admitiu que estuda a possibilidade de se licenciar do Senado por quatro meses, já a partir de junho, para fortalecer a legenda no Estado. "Mas ainda preciso conversar sobre isso com o partido". Com a licença de Jayme, o secretário municipal de Governo Oswaldo Sobrinho, segundo suplente, deve assumir a vaga. O "primeiro da fila", diretor-geral do Departamento Nacional de Transporte (Dnit) Luís Antônio Pagot, já disse que não assumirá interinamente a vaga.

Questionado sobre um possível rompimento com o PR, o presidente da executiva estadual do DEM, Oscar Ribeiro, disse que tem "uma relação amistosa" com os republicanos. Segundo ele, a orientação é para que a bancada democrata na Assembleia Legislativa continue na base de sustentação do governo. "Temos interesse em reeditar o arco de alianças de 2006, pelo qual o governador foi reeleito, e ainda atrair outras siglas, como PSDB e PT", apontou.

O presidente do diretório municipal do PR, ex-vereador Emanuel Pinheiro, rebate as acusações de Jayme e diz que tenta marcar uma reunião com lideranças democratas há dois meses. "Queremos discutir o processo sucessório. Entretanto, aguardamos a definição de uma data pelo DEM. O senador Jayme não pode alegar falta de diálogo", rebate Pinheiro, informando que também deverá se reunir nos próximos dias com lideranças do PP. "São os dois únicos partidos com os quais ainda não conversamos", apontou.