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Polícia Brasil
Sexta - 12 de Dezembro de 2008 às 13:04

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De acordo com a PF, a substância entorpecente era fornecida por dois cartéis de narcotraficantes bolivianos.

Já estão presas em Mato Grosso 25 pessoas envolvidas na Operação Aracne da Polícia Federal. Essas pessoas foram detidas em cumprimento de 30 mandados de prisão no Estado. O objetivo é desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína.

A Operação ocorre nos estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Em todos estes lugares, 41 pessoas foram presas no total. Algumas já estavam detidas. Agiam de dentro das cadeias.

Entre os envolvidos estão empresários, fazendeiros, comerciantes. Com o dinheiro adquirido ilegalmente eram comprados imóveis, fazendas, gado,máquinas agrícolas, entre outros.

No país

Cerca de 400 policiais federais cumprem, em 29 municípios, 52 Mandados de Prisão Preventiva e 73 Mandados de Busca e Apreensão, ordens judiciais expedidas pelo Juízo da 5ª Vara Federal, Seção Judiciária de Mato Grosso, em atendimento a uma solicitação realizada pela Polícia Federal.

A investigação, realizada pela Delegacia de Polícia Federal instalada na cidade de Barra do Garças e iniciada em setembro de 2007, descobriu um esquema voltado ao tráfico de pasta base de cocaína, sendo que a substância entorpecente era fornecida à organização criminosa por dois cartéis de narcotraficantes bolivianos, os quais traziam a droga no território nacional com a utilização de aeronaves.

Segundo apuração, quando estava em território nacional a substância era armazenada em diversas fazendas localizadas nos municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra e Nova Maringá. A droga depois era redistribuída, com a utilização de caminhões, para cinco núcleos criminosos, os quais atuavam nos Estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais e no Distrito Federal.

A partir de então, com a colaboração de grande número de pessoas, organizadas com o propósito de traficar cocaína, desde sua aquisição, passando pelo transporte e redistribuição, e, finalmente, na comercialização final da droga, processavam a pasta base de cocaína e redistribuíam a substância ilícita a diversos traficantes menores, os quais, por sua vez, a revendiam aos usuários da droga.

A última fase da ação consistia na realização de operações típicas da denominada ‘lavagem de dinheiro’, inclusive, com a utilização de grande número de interpostas pessoas - “laranjas”, a fim de dissimular a origem e movimentação, bem como dificultar o rastreio, pelos órgãos de fiscalização, dos lucros obtidos com a comercialização da cocaína. Alguns dos investigados praticavam, ainda, evasão de divisas.

De acordo com as investigações, a maior parte da substância entorpecente internada no território nacional pelo consórcio criminoso tinha como destinatário o Primeiro Comando da Capital, mais conhecido pela sigla “PCC”, facção criminosa que foi concebida em estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo e que, atualmente, opera em diversas Unidades da Federação, sobretudo no tráfico de drogas e em assaltos a bancos, além de promover ações que, em última análise, podem ser definidas como atos típicos de terrorismo.

Os trabalhos investigativos resultaram na lavratura de 10 autos de prisão em flagrante delito, com a prisão de 17 investigados e apreensão de, aproximadamente, três toneladas de pasta base de cocaína.

Apesar da operação não foi interceptada a maior parte das remessas de pasta base de cocaína movimentadas pela organização criminosa, já que não foi possível levantar quando, como e por quem os carregamentos seriam transportados.

Segundo investigações nos últimos 9 meses o grupo conseguiu efetuar a entrega de, no mínimo, 15 toneladas de pasta base de cocaína, sobretudo no Estado de São Paulo.

Além das prisões e buscas, a Justiça, a pedido da Polícia Federal, decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, bem como o seqüestro e indisponibilidade dos seus bens, direitos e valores (imóveis urbanos e rurais, empresas, aeronaves, automóveis, saldos de contas bancárias, dinheiro em espécie, jóias, etc.).

Os investigados, inclusive os que ainda estão sendo procurados, responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico (arts. 33, caput, e 35, caput, c/c art. 40, I, da Lei n° 11.343/2006), com penas que podem ultrapassar 25 anos de reclusão.

Além disso, alguns dos envolvidos responderão por lavagem de dinheiro (art. 1º, incisos I e VII, da Lei nº 9.613/98), evasão de divisas (art. 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86), e corrupção ativa (art. 333 do Código Penal), cujas penas, somadas, podem alcançar 28 anos de reclusão, sendo que os presos, após serem interrogados, serão recolhidos ao Presídio Pascoal Ramos, localizado na cidade de Cuiabá, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.





Fonte: TVCA

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