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Cultura
Quinta - 31 de Janeiro de 2008 às 09:05
Por: José Eduardo Moura

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O Brasil tem o privilégio de promover uma das mais importantes festas do mundo todo: o Carnaval. Não só pela beleza dos desfiles e alegria contagiante, o evento chama atenção pela grande quantidade de pessoas emprega e pelos milhares de turistas que atrai. Ao ritmo de percursionistas, grupos de passistas marcam a cadência e a harmonia de suas evoluções. Os integrantes empenhados defendem a bandeira de sua escola, contagiando o público com sua alegria em pouco mais de uma hora de desfile. Um espetáculo grandioso.

Não podemos negar, entretanto, que essa festa se tornou também um modo de extravasar outros desejos, que vêm sendo encarados cada vez mais com certa naturalidade pela sociedade. Muitos de nós, querendo viver momentos de alegria e prazer, lançamos mão das justificativas de uma liberdade provisória – na tentativa, talvez, de anestesiar frustrações ou carências – e avançamos decididos, passando por cima das barreiras do pudor.

“Pierrôs” e “Colombinas” se rendem aos apelos eróticos do momento e acabam se expondo aos riscos das drogas, bebidas alcoólicas e sexo desregrado – muitos deles auxiliados pelo Estado, que disponibiliza dispositivos de contracepção para o público. Depois de cada noite de folia, pessoas amanhecem jogadas pelas ruas, impossibilitadas de voltar para casa por conta da embriaguez. Outras, conscientes do descompromisso, acabam se envolvendo deliberadamente com alguém que mal conheceram durante a festa.

Adultos e adolescentes, derrotados pelos atrativos, acabam perdendo o sentido de responsabilidade e se lançando nas corredeiras do “vale tudo”. Como não temos “sete vidas” nem possuímos uma “tecla de retrocesso”, para voltar atrás e corrigir nosso atos impensados, acabamos arcando com essas ações desmedidas.

Acreditar que vale tudo pela emoção do sonho realizado pode levar muitos a desfazerem o “castelo” que tinham idealizado. De alguma maneira, as conseqüências de nossas opções certamente nos atingem, assim como também atingem as pessoas mais próximas. Estar conscientes dessa realidade nos ajuda a nos empenharmos em favorecer somente a comunhão de nossas alegrias com os demais.

Buscar oportunidades de realizar os sonhos e desejos é direito de todos. Entretanto, descobrir como vivenciar esses sonhos de maneira saudável e duradoura é a atitude que precisa ser observada. Não apenas nos dias de grandes celebrações, mas a cada dia de nossa existência. Acredite: é possível cair na folia de Carnaval sem perder a moral.

*José Eduardo de Moura é Missionário da Comunidade Canção Nova e trabalha na Fundação João Paulo II (www.cancaonova.com)





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