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Nacional
Quarta - 26 de Dezembro de 2007 às 10:30
Por: Glauco Araújo

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O turista que passa pela cidade de Igarassu, no Norte de Pernambuco, não imagina que pode saborear uma cerveja de mel durante a viagem. Produzida praticamente de maneira artesanal, a Melina não possui a tradicional cevada. Para se obter a fermentação característica da bebida, os cervejeiros acrescentam mel durante o processo de fabricação.

A "loira de mel" é para poucos. Apenas 200 litros são fabricados por semana pela Delícias da Roça, uma agroindústria localizada no quilômetro 39 da BR-101. Comandada pelo casal Selma de Carvalho e Francisco das Chagas Carvalho, a Melina, segundo eles, é um produto de uma pesquisa histórica sobre a cerveja. "A cerveja que produzimos é resultante da fermentação de trigo e de mel, muito conhecida e consumida pelos Celtas, no século IV", disse Selma.

Com espuma mais espessa, coloração amarela mais clara, a cerveja de mel possui média graduação alcoólica. A maneira como é produzida faz com que a bebida deixe um pouco de borra no fundo da garrafa, que é conhecida na região de Igarassu como pé. "Só não fabricamos mais porque as pessoas daqui (Pernambuco) não estão acostumadas com esse pé. Sei que as pessoas aceitam melhor esse tipo de cerveja em São Paulo e no Rio de Janeiro", disse Selma, que também é psicológa. Segundo os produtores da Melina, não há preferência por um tipo de mel durante a fabricação da cerveja.

Apesar da clientela fixa e fiel, a Melina está longe de ser uma concorrente de peso com as grandes marcas de cerveja do país e do mundo. "Não estamos focados em sermos uma grande cervejaria. Nós apenas queremos oferecer mais uma opção para o cliente que vem nos visitar no restaurante Delícias da Roça", afirmou Selma, que ainda espera poder participar de algum tipo de teste cego, onde as cervejas são avaliadas sem que o rótulo das marcas apareça.

Resgate histórico

A cerveja de mel, segundo Selma de Carvalho e Francisco das Chagas, faz parte da história da bebida no país. "Estudamos muito para chegar até aqui. Sabemos como fabricar a cerveja dessa maneira e acreditamos que fazer uma bebida com essa marca histórica seja importante para a nossa cultura", afirmou Selma.

A novidade no país foi tanta que, em 1998, quando a Melina começou a ser fabricada, houve uma dificuldade para registrar a bebida no Ministério da Agricultura. "Não havia nos cadastros no ministério uma bebida com essas características. A primeira safra da cerveja de mel, na verdade, era uma composição de fermentação de mel, água e lúpulo. Fizemos algumas adequações e hoje temos a nossa Melina devidamente registrada."





Fonte: G1

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