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Politica Brasil
Quinta - 20 de Dezembro de 2007 às 09:45
Por: Rubens de Souza

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O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, continua sendo a “bola da vez”. Se não pelas questões ambientais de Mato Grosso, pela sucessão do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Não exatamente para ser o candidato principal, mas como coadjuvante importante no processo. Depois de Dilma Rousself, ministra-chefe da Casa Civil, agora são os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, enxergarem no governador de Mato Grosso um parceiro ideal para composição de chapa. “O efeito da eleição de Lula no segundo turno foi marcante no mundo político” – disse uma alta fonte palaciana, ao revelar o assédio dos governadores tucanos a Blairo Maggi.

Os governadores de Minas e São Paulo, que vão disputar a indicação do PSDB, estão, em verdade, de olho no acesso de Maggi aos empresários, especialmente do segmento agropecuário. Somando à indústria, Maggi seria uma espécie de representante de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Conta ainda com o cacife de governar um Estado cheio de problemas e adversidade: de um lado, a explosão econômica, bancada pela produção agrícola lastreada nas exportações; e,de outro, o patrulhamento ambiental; no meio, um estado de pouca infra-estrutura viária. Maggi vai se dando bem, até aqui.

“Tanto Serra como Aécio sabem que precisam de alguém com alguma expressão política e que tenha grande influência no segmento industrial e produtivo” – avaliou a fonte palaciana. Em outras palavras, a fórmula usada por Lula para suas duas eleições funcionou. O presidente “importou” o mais empresário que político José Alencar para a vice. Alencar é um dos maiores empresários do estado de Minas, onde construiu um império no ramo têxtil. A ação de Maggi no segundo turno da eleição presidencial, a qual é atribuída a “virada” do presidente Lula, exatamente sobre José Serra o credenciaria para ser o “Alencar” de 2010.

Uma demonstração da proximidade de Maggi com os tucanos seria dado há duas semanas, não fosse a greve dos agentes policiais. O governador de Mato Grosso receberia em Cuiabá o colega de São Paulo, Serra, para assinatura de um protocolo para substituição tributária de ICMS em operações com diversos produtos. O encontro deve acontecer por essas horas.

Contudo, há problemas. Primeiro, com o próprio PT. Mesmo que alguns segmentos apontem que a eleição de Serra ou mesmo de Aécio Neves teria as “benções” do presidente, interessado em “entrincheirar-se” novamente na oposição para fugir do desgaste natural de Governo, a fatura do apoio será apresentada na hora da definição. Especialmente se confirmar a saída do ministro Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes – vaga que ficaria com o economista Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (DNIT). Nascimento sairia do Ministério para ser candidato a prefeito de Manaus (AM).

Outro problema é mais paroquial. Porém, com reflexos consideráveis. É o PSDB. Mesmo com o partido maleável a uma aproximação com o governador Maggi nas eleições municipais do ano que vem, dentro da sigla há um opositor de peso ao governador: trata-se do ex-senador Antero de Barros, que goza de grande prestígio na sigla mesmo sem contar com mandato e estar distante da administração partidária.

Certeza mesmo, no entanto, é a candidatura de Maggi ao Senado Federal em 2010. Hoje no Governo e na base governista não há um sequer que acredite que o governador vá simplesmente deixar tudo que conquistou politicamente para retornar à direção do Grupo AMaggi. Até porque nessas quase cinco anos a empresa andou sem maiores problemas com a ausência do “chefe”. Fundamentalmente, Maggi já se tornou político – diferente do que ele pregava a quatro, cinco anos atrás quando aceitou o desafio de enfrentar o então Governo Dante de Oliveira numa disputa eleitoral que parecia suicídio.

Outra certeza é a candidatura ao Governo, com o apoio do PR, do democrata Jaime Campos. Senador da República, a eleição de Maggi significaria quatro anos de mandato para o suplente Luís Antônio Pagot, chefe do DNIT e possível futuro ministro dos Transportes. Na chapa ao Senado, outro democrata, Jonas Pinheiro ou ainda o progressista José Riva, que vem manifestando o desejo de disputar uma das vagas.

"O partido que está no Governo precisa ter a paciência e a inteligência de acomodar os interesses aliados e dos companheiros da base. Assim sendo o PR terá que abrir mão de muitas candidaturas em muitos lugares porque ainda teremos mais de dois anos depois das eleições municipais e não podemos abrir enfrentamentos agora" – recomendou a fonte, ao ilustrar o pensamento que vem reinando nas articulações do Governo. Um recado que chega bem próximo de se realizar. Maggi deixa claro o que todos mais ou menos já sabem: que a eleição em Cuiabá passa por Carlos Abcalil, deputado federal e atual presidente do PT. Simplificando: o PR não terá candidatura própria na capital.





Fonte: 24 Horas News

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