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Cidades/Geral
Terça - 20 de Novembro de 2007 às 09:04
Por: Rose Domingues

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Cerca de 5 a 7% de negros em Mato Grosso sofrem cotidianamente situações de preconceito racial sem denunciar. Apesar da ausência de registros e estatísticas, um dos últimos casos monitorado pelo Conselho Estadual dos Direitos do Negro do Estado (CEDN) de Mato Grosso se refere a uma rede de lojas de sapatos de Cuiabá, onde os seguranças eram "orientados" a acompanhar "pessoas de cor" com sacolas que adentrassem o estabelecimento. A justificativa: medo de furtos.

O setor do comércio é o que mais comete este tipo de crime, em dois extremos diferentes. Um deles é observado na contração de pessoal. O outro quando o negro está na condição de cliente. Conforme o presidente da entidade de defesa, Pedro Reis, nos shoppings centers é comum os funcionários tratarem de forma "diferente", "desdenhar" ou questionar insistentemente a "forma de pagamento". Brincadeiras envolvendo "negrinha" ou "macaca" também são corriqueiras, no ambiente de trabalho.

"É complicado a gente provar uma ofensa como essa, mas a situação só vai mudar quando todos começarem a denunciar, porque quem praticou vai pensar duas vezes antes de se comportar assim".

No Brasil, racismo é crime inafiançável e imprescritível, ou seja, é conduta de natureza grave, que não permite ao agressor livrar-se da prisão (em flagrante) mediante pagamento de fiança e nem o Estado perde o direito de punir ou de aplicar a punição, com o decorrer do tempo.

Na avaliação de Pedro, o fato de ser considerado crime e sendo um dos poucos de natureza inafiançável e imprescritível revela que a prática do racismo está caracterizada na sociedade brasileira e é considerada repugnante.





Fonte: Gazeta Digital

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