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Educação/Vestibular
Segunda - 08 de Outubro de 2007 às 18:29

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O medo de que o prédio principal do campus Maracanã apresente danos estruturais fez com que alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) pedissem aos professores que as aulas fossem dadas no estacionamento da instituição de ensino nesta segunda-feira (8).

Segundo os estudantes, o protesto foi motivado pelas atividades no campus terem reiniciado nesta segunda (8) sem provas periciais definitivas de que o incêndio ocorrido no domingo (30 de setembro) não condenou a estrutura do prédio.

A professora da faculdade de pedagogia, Zena Einsenberg, cedeu aos apelos dos estudantes e deu aula para a turma no meio dos carros. Ela contou que ainda se surpreendeu com a sala de aula sem luz, pois um transformador estava “estourado” pelas chamas do incêndio. “A questão da falta de investimento na UERJ já vem de antes do incêndio, mas foi a gota d’água”, disse.

Uma das alunas do 1º período da faculdade de pedagogia disse que sua mãe está preocupada com o futuro do curso. “Os professores são bons, mas a condição não está boa”, contou a estudante Mônica Melina, de 18 anos.

O Governo fluminense já anunciou uma verba emergencial para reparar os estragos do incêndio da UERJ. Entretanto, o professor da faculdade de comunicação social, Erick Felinto, que também aderiu ao protesto, disse não ser o suficiente para as necessidades da universidade.

“Precisa de uma ajuda de mais infra-estrutura. A universidade está abandonada. O incêndio serviu de símbolo da falta de condições para ter um trabalho adequado com os alunos”, disse o professor da disciplina Comunicação e Cultura 2.

As reivindicações eram repetidas em uníssono por estudantes e professores. “Temos que fazer alguma coisa. Sem recursos não é possível ter condições de ter aula na UERJ”, disse o aluno Leonardo Romeu, de 18 anos, do 2º período de engenharia.

“O protesto é para os estudantes mostrarem que querem ter aula, mas estão inseguros. A perícia ainda não ficou pronta”, resumiu a estudante do 4º período de relações-públicas, Ana Carolina Slade, 19 anos.

Incêndio não ameaça integridade física das pessoas, diz reitor

Para evitar o clima de insegurança dos alunos e profissionais da UERJ, o reitor Nival Nunes de Almeida afixou num quadro no acesso à reitoria, no 1º andar do prédio, uma nota com o auto de interdição da Defesa Civil Municipal. “Apesar do incêndio, (...)a infra-estrutura física não ameaça a integridade física das pessoas que nele trabalhem”, diz a nota assinada pelo reitor.

O auto de interdição da Defesa Civil da segunda-feira (1º) diz que só foram interditados o acesso ao térreo do setor A do bloco F, à sala 1007, à copa do 1º andar, e a duas salas do Proderj (no 2º andar).

Secretário promete R$12 milhões

O secretário de ciência e tecnologia, Alexandre Cardoso, informou em nota distribuída pela assessoria de imprensa que "está trabalhando intensamente para conseguir verbas para a compra de material e o início das obras em todo o espaço atingido pelo incêndio".

Ainda segundo a nota do secretário, ele já conseguiu a liberação pela Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa) do valor de R$ 2 milhões para a recuperação do Proderj (Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro) localizado na Uerj. E nos próximos dias, "a Fundação deverá liberar mais R$ 250 mil para a reimplantação das sub-reitorias de graduação e de pós-graduação e pesquisa, igualmente destruídas".

A nota também lembra que o secretário de educação Nelson Maculan também ofereceu R$12 milhões à UERJ logo após o incêndio para auxiliar as obras de recuperação.




Fonte: G1

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