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Sexta - 05 de Outubro de 2007 às 21:45

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WHITE PLAINS, EUA, 5 Out 2007 (AFP) - A atleta americana Marion Jones, ganhadora de três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, confessou nesta sexta-feira à justiça de seu país ter mentido aos agentes federais que a investigaram sobre o uso de esteróides antes de participar destas olimpíadas.

A velocista, de 31 anos, estava sob suspeita de doping há vários anos e reconheceu pela primeira ter usado o esteróide sintético THG, conhecido como "the clear" (o limpador), entre setembro de 2000 e julho de 2001. A substância é produzida nos laboratórios Bay Area Laboratory Cooperative (BALCO) de São Francisco.

"Em setembro de 2000, antes dos Jogos Olímpicos de Sydney, (o jamaicano Trevor) Graham - seu ex-técnico - começou a me dar uma substância que disse ser semente de linho. Tomei esta substância até julho de 2001", disse Jones ao juiz durante a audiência.

"Em novembro de 2003, compreendi que se tratava de produtos dopantes", acrescentou, além de anunciar na audiência sua retirada definitiva das pistas.

No final da audiência, Jones, acompanhada de sua mãe, fez uma breve declaração à imprensa na qual confessou a "vergonha" que sente após ter negado em repetidas ocasiões ter consumido produtos dopantes.

"É com grande vergonha que, diante de vocês, posso dizer que traí sua confiança", disse, para então anunciar sua aposentadoria do atletismo. "Eu deixo o atletismo, que adorei profundamente", indicou.

"Admiti ser culpada por duas declarações falsas a agentes federais. Foi uma besteira incrível fazer isto. E sou plenamente responsável por minhas ações. Ninguém mais do que eu pode censurar o que fiz" afirmou, para ainda ressaltar: "fui grosseira".

Jones, reconhecida por seu talento nas provas dos 100 e 200 m, e nos revezamentos 4x400 e 4x100 m, além do salto em distância, pode ser condenada a uma pena máxima de cinco anos de prisão e a uma multa de 250.000 dólares.

Antes da audiência, o presidente do Comitê Olímpico Australiano (CONA), John Coates, disse que Jones deveria devolver suas medalhas, já que admitia ter recorrido ao dopping para consegui-las.

"Espero que lhe tomem as medalhas", declarou Coates, sobre as três medalhas de ouro e as duas de bronze conquistadas pela americana em Sydney.

"O dano produzido nas rivais de Marion Jones nunca será completamente reparado", opinou Coates. "É decepcionante para todas as atletas que competiram com ela. Não acredito que admitir este fato agora repare a injustiça", assinalou.

A americana, considerada uma das maiores atletas de todos os tempos, depôs diante de um grande júri sobre as investigações do escândalo BALCO, que já condenou cinco homens por produzir e distribuir esteróides e outras substâncias dopantes ilegais.

O ex-companheiro de Jones e pai de seu único filho, o também velocista Tim Montgomery, foi um dos primeiros atletas a ser descoberto usando esta nova droga. Além de punido, Montgomery teve seu recorde mundial dos 100 m anulado.

Apesar de ter sempre negado o uso de drogas para melhorar seu desempenho, Jones nunca se livrou das suspeitas de ser uma fraudadora.

Em meio às acusações de dopping, a atleta disputou as eliminatórias americanas para os Jogos Olímpicos de Atenas-2004, mas não conseguiu classificação.

Sua história com Graham começou em setembro de 1997 quando ganhou dois de seus quatro títulos mundiais no campeonato de Atenas (100 e 4x100 m).

Em maio de 1998, na China, obteve o segundo melhor tempo da história dos 100 m (10.71), atrás da conterrânea Florence Griffith-Joyner (10.49). Em setembro, teve o segundo melhor desempenho da história nos 200 m com o tempo de 21.62s.

O ano de 1999 passou em branco, mas no seguinte Jones alcançou o status de lenda viva ao conquistar cinco medalhas, três delas de ouro (100 m, 200 m e 4x400 m) nos Jogos Olímpicos de Sydney. Nesses mesmos jogos, seu ex-esposo, o lançador de peso JC Hunter foi flagrado no exame antidopping.





Fonte: AFP

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