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Economia
Quarta - 19 de Setembro de 2007 às 18:18

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A primeira mesa redonda do Biodiesel BR 2007, realizada na tarde de terça-feira, dia 18, reuniu representantes do Brasil e da Argentina para apresentar como a questão dos biocombustíveis está sendo tratada nos paises. A mesa redonda “Os Biocombustíveis no Contexto Internacional” foi mediada pelo coordenador do evento e pró-reitor de Pesquisa da UFSM, Paulo Teixeira de Sousa Jr.

Representando a Casa Civil da Presidência da República, Danyela Félix, apresentou as etapas já concluídas na introdução do biodiesel na matriz energética brasileira e comentou as perspectivas de consolidação do biodiesel no Brasil e o contexto internacional de biocombustíveis.

Segundo Danyela, atualmente o país encontra-se na terceira fase do Programa Nacional de Produção e Uso de Biocombustíveis (PNPB), lançado em 2005. “Nesse momento o governo federal está buscando a consolidação do programa através de leilões de compra da ANP para atender a mistura obrigatória de 2% de biodiesel com 98% de diesel, chamada de B2”, explicou.

Essa obrigatoriedade do uso do B2 começa a vigorar a partir de janeiro de 2008 e o percentual de biodiesel aumenta para 5% (B5) a partir de 2013. O governo, porém, já declarou que pode antecipar o início da mistura obrigatória do B5 para 2010.

Danyela também apresentou informações referentes ao Selo Combustível Social, uma certificação aos fabricantes de biodiesel que adquiram oleaginosas da Agricultura Familiar dentro de limites mínimos (10% no Norte e Centro-Oeste, 30% no Sul e Sudeste, 50% no Nordeste e Semi-Árido), garantam a compra da produção e prestem assistência técnica aos agricultores. O selo, inclusive, já foi usado como critério para no último leilão de compra promovido pela ANP em fevereiro desse ano.

Dados apresentados pela representante da Casa Civil mostram que a capacidade autorizada pela ANP até setembro de 2007 é de2 bilhões de litros de biodiesel por ano provenientes de 42 plantas industriais. Atualmente, mais de 6.000 postos no país já revendem a mistura B2.

Quanto ao cenário internacional de biocombustíveis, ela afirmou que algumas preocupações como o avanço sobre a Amazônia e biomas importantes sob o ponto de vista ambiental para a produção da energia limpa não procede, já que não é possível cultivar cana-de-açúcar na Amazônia e as áreas degradadas lá existentes podem ser utilizadas para o cultivo de oleaginosas com ganhos ambientais importantes.

Argentina – O diretor do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina, Jorge Hilbert, apresentou a situação e as perspectivas dos biocombustíveis no país vizinho. Entre os dados apresentados, destaca-se que 90% da matriz energética argentina é proveniente de petróleo e gás natural.

Hilbert apresentou as duas leis que regulamentam a produção e o uso da energia renovável na Argentina. Uma delas estabelece que, assim como no Brasil, deve ser adicionado 5% de biodiesel ao diesel a partir de 2010.

Entre os desafios do país vizinho para o desenvolvimento da produção de biocombustíveis, conforme Hilbert, estão os baixos preços internos do petróleo e seus derivados e a falta de definição do preço de referência do biodiesel para a adição obrigatória. Entre as vantagens ele citou a abundância de espécies e materiais que podem ser usados e a facilidade de exportação.

O Biodiesel BR 2007 segue nesta quarta-feira, dia 19 (confira programação abaixo) e encerra no dia 20, no Centro de Eventos do Pantanal. O evento é realizado pela UFMT, com apoio do Centro de Pesquisa do Pantanal-CPP, Banco da Amazônia, Secretaria de Estado de Industria Comercio Minas e Energia-SICME, Sebrae, ANP, OCB/MT, Petrobras, BNDES, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste.

PROGRAMAÇÃO

19/09 - QUARTA-FEIRA

8h30 – 9h30 - Conferência: Os Biocombustíveis no Contexto das Energias Alternativas Conferencista: Orlando C. Silva ( CENBIO - Centro Nacional de Referência em Biomassa)

9h30 às 10h - Intervalo

10h – 12h - Mesa-redonda: Biodiesel a partir de óleos residuais: um serviço ambiental e uma estratégia para inclusão social

Participantes: Vaniomar Rodrigues ( SINERGIA - Soluções Integradas em Energia Renovável), Warwick Manfrinato (ESALQ Piracicaba) e Leide Katayama (SEBRAE)

12h – 14h - Intervalo

14h – 15h - Mesa Redonda: O Potencial do Pinhão Manso para a Produção do Biodiesel - Bom Negócio para o Pequeno Produtor?

Coordenadora: Elisabeth Furtado de Mendonça (UFMT)

Participantes: Silvio Rangel (Usina Barralcool S/A), Renato Roscoe (Embrapa), Antônio Cândido da Silva Filho (Gleba Quilombo) e Valter Martins (EMPAER)

15h – 15h30 - Intervalo

15h30 – 17h30 - Mesa Redonda: Biodiesel - O Desafio do Controle de Qualidade

Coordenador: Edinaldo de Castro e Silva (UFMT)

Participantes: Cristiane Zulivia (ANP) e Ricardo Cunha Pinto (Petrobrás)





Fonte: Assessoria

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