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Cidades/Geral
Sexta - 31 de Agosto de 2007 às 08:21
Por: Débora Siqueira

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Preconceito, intolerância, superlotação nos presídios e falta de políticas integradas e padronizadas no sistema carcerário impedem trabalhos de ressocialização dos detentos e colaboram para que a cada 100 presidiários soltos, 86 voltem para as cadeias em Mato Grosso. Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que 66% das 65 unidades prisionais desenvolvem ações em prol da reinserção dos presos, mas são impontuais e dependem da boa vontade de juízes e diretores das cadeias e presídios.

Somado a falta de projetos objetivos no Estado de aproveitamento da mão-de-obra carcerária ou investimento em educação, formação ética e moral, o titular da Sejusp, Carlos Brito, aponta que o sistema prisional precisa de investimentos em tecnologia, há muitas ocorrência de fugas, deficiência de vagas no regime semi-aberto, a relação de três presos para uma vaga, falta de capacitação dos servidores, falta de veículos e o bom estado e estrutura física precária das unidades.

Para a juíza da 3ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, os presídios do Estado são depósitos de pessoas e universidades do crime. Ela afirma que sem a participação da sociedade civil não há como baixar os índices de criminalidade e o retorno de 86% dos presos para as cadeias. "Uma pequena parte dos presos, em torno de 10%, fizeram opção pelo crime. Os demais tem condições de retornar pra uma vida digna por meio do trabalho ou do estudo".

Ela pede aos empresários e profissionais liberais para aproveitarem e investirem na mão-de-obra dos presos, oferecer cursos profissionalizantes nas cadeias, levar a escola para os detentos e criar oficinas para que os presidiários ocuparem o tempo. "Não adianta ter o pensamento de que eles devem apodrecer na cadeia. O Brasil não tem prisão perpétua ou pena de morte, uma hora eles vão sair, e sem perspectiva, reincidem outra vez".





Fonte: Gazeta Digital

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