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Politica Brasil
Quarta - 25 de Julho de 2007 às 11:35

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O ritmo do crescimento da demanda por energia cresceu em maio, chegando a 8,2% de aumento em relação ao mesmo mês do ano passado. Para especialistas, apesar de o percentual ser um indicativo positivo do crescimento da economia, há riscos para a garantia de abastecimento nos próximos anos.

Para o governo, o crescimento está dentro do planejado, e os riscos, dentro dos toleráveis. Segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética, estatal que planeja o setor), a demanda por energia em maio foi de 30.650 GWh (gigawatts-hora). O crescimento do consumo de energia foi puxado pelos consumidores comerciais (como shoppings e supermercados), que usaram 10,8% mais energia do que em maio de 2006, seguido pelos consumidores residenciais, com alta de 9,2% no mesmo período.

Segundo Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, que representa os principais investidores privados em energia, os dados divulgados pela EPE sobre o crescimento da demanda por energia corroboram as perspectivas de risco de racionamento nos próximos anos. "Isso nos permite reiterar o alerta feito no nosso estudo, de risco de 28% de racionamento em 2011", disse.

Na semana passada, o Acende Brasil divulgou estudo da consultoria PSR no qual o risco de haver racionamento de energia em 2011 era de 32% na pior hipótese (crescimento econômico de 4,8% ao ano e atraso nas obras para fornecimento de energia). Sem atrasos, o risco ficava em 28%. Em ambos os casos, bem superior ao risco oficial tolerável, de 5%.

Esforço

Na avaliação de Luiz Pinguelli Rosa, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, que foi presidente da Eletrobrás no início do governo Lula, o governo precisa se esforçar para garantir o fornecimento de gás natural para termelétricas. Parte desse suprimento virá na forma de GNL (Gás Natural Liqüefeito), que vem de navio de outros países e será importado pela Petrobras.

As grandes obras anunciadas agora pelo governo - como as hidrelétricas do rio Madeira e a usina nuclear de Angra 3 - só começam a gerar energia no final de 2012 (Madeira) e em 2014 (Angra 3) e, portanto, não resolvem o problema do risco de falta de energia até 2011.

Para Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, o crescimento da demanda por energia é positivo. "Isso é bom, é um sinal de crescimento da economia. Reflete o aumento da renda, do crédito e a diminuição da taxa de juros", afirmou.

De acordo com ele, o ritmo de crescimento não preocupa e está dentro do planejado, que é de aumento de 5,3% em 2007 em relação a 2006. Em 2007, no acumulado entre os meses de janeiro e maio, o crescimento foi de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Na avaliação do presidente da EPE, o crescimento do consumo de energia na indústria brasileira tem ficado muito próximo ao próprio crescimento da produção industrial. "Isso pode ser um sinal de uso mais eficiente da energia", disse Tolmasquim. Segundo ele, geralmente o consumo de energia na indústria cresce a um ritmo um pouco maior do que o do aumento da produção.




Fonte: Folha Online

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