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Internacional
Terça - 26 de Junho de 2007 às 14:38

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A CIA tornou públicos hoje os documentos conhecidos como "jóias da família", que detalham alguns dos piores abusos perpetrados pela própria agência de inteligência americana entre 1950 e 1970. Entre as cerca de 700 páginas de documentos tornados públicos está a descrição de como a agência de espionagem quis usar um membro da máfia, Johnny Roselli, em uma tentativa de assassinato do presidente cubano Fidel Castro em 1960.

De acordo com os textos, Roselli "inicialmente não quis se envolver, mas (...) se concordou em apresentar um amigo, Sam Gold, que conhecia a gente cubana". "Roselli deixou claro que não queria dinheiro em troca de sua intervenção e achava que Sam faria o mesmo. Nenhum dos indivíduos recebeu dinheiro dos fundos da Agência", explicam os documentos.

Gold sugeriu assassinar Castro administrando algum tipo de pílula na comida ou na bebida, mas quando o projeto estava em fase de preparação foi suspenso por causa do fracasso do episódio da invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1961.

Outras atividades reveladas pelos documentos é o confinamento em uma cela especialmente construída, sem nada além de uma cama, de um desertor da KGB, Yuri Ivanovich Nosenko, entre agosto de 1965 e outubro de 1967.

Além disso, está listado o monitoramento de supostos dissidentes e a espionagem de dois jornalistas em Washington dos quais se suspeitava que poderiam estar divulgando informação secreta recebida de "uma série de fontes do Governo e do Congresso", entre março e junho de 1963.

Esta série de textos foram escritos há 30 anos, quando o então diretor da CIA, James Schlesinger, pediu a seus funcionários - em uma das cartas reveladas hoje -, que lhe detalhassem "qualquer atividade que esteja ocorrendo, ou tenha ocorrido, que possa ser interpretada como fora da carta legislativa desta agência".

O diretor da CIA, o general Michael Hayden, adiantou na semana passada que sua agência revelaria os documentos que falam sobre suas atividades ilegais, ordenadas na época por Schlesinger. As chamadas "jóias da família" oferecem uma visão de "tempos muito diferentes e uma agência muito diferente", explicou Hayden, ao reconhecer que quando o Governo oculta informações, as suposições costumam "encher o vazio (de informações)".

Segundo os Arquivos de Segurança Nacional, um centro de estudos da Universidade George Washington, se trata da primeira "publicação voluntária de materiais polêmicos" da CIA desde que em 1998 seu então diretor, George Tenet, não cumpriu sua promessa de divulgar dados sobre as operações durante a Guerra Fria. Até este momento, poucos documentos dos arquivos secretos da CIA, altamente censurados, foram revelados.





Fonte: EFE

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