Secretário de Segurança Pública de MT discutirá 'mapa da violência' em Brasília
A audiência irá debater o "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros", divulgado no mês de fevereiro pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). O estudo coloca a cidade de Colniza (1.044 quilômetros de Cuiabá) como a mais violenta do país. Dos 10 municípios elencados como os mais violentos, quatro estariam em Mato Grosso – Colniza, Aripuanã, Juruena e São José do Xingu.
O Governo do Estado, à época da divulgação da pesquisa questionou, oficialmente, a metodologia usada pela OEI. "Além de não refletir o momento atual, já que abrange os anos de 2002 a 2004, a OEI trabalha com indicadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e não os fornecidos pelo Ministério da Justiça, o que acaba acarretando em discrepâncias e é isso que estamos questionando", explica Carlos Brito.
Além de Mato Grosso, outros estados, como São Paulo, também questionaram a metodologia aplicada. A discussão chegou a ganhar outras instâncias. O assunto foi ponto de pauta, no mês passado, da reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Sul (Codesul), que congrega os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nos assuntos pertinentes à segurança pública. Os estados estão se mobilizando para que o País, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), adote um indicador único para se trabalhar as questões pertinentes à segurança pública.
"Não questionamos a pesquisa da OEI. O Governo do Estado reconhece os problemas de segurança pública que ocorrem na região noroeste do Estado, onde estão três, dos quatro municípios apontados como mais violentos pela pesquisa, e está tomando as providências necessárias. O que contestamos é a metodologia empregada. Essa audiência na Câmara dos Deputados será importante para fazermos essa discussão", avalia o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso.
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara convidou como debatedores, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo; Marcelo Duarte, representando a Secretaria Nacional de Segurança Pública; o coordenador-geral do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança, Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sociólogo Cláudio Beato; a secretária executiva do Ministério da Saúde, Márcia Bacit Lameiro e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional Rio de Janeiro, Nélio Roberto Machado.
A audiência será realizada às 10h, no auditório 11 da Câmara dos Deputados.
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