Oficial do Unicef critica ingresso precoce de jovens no mercado de trabalho brasileiro
Em entrevista à Agência Brasil, Volpi afirmou que o ingresso precoce no mercado de trabalho de um jovem que ainda não concluiu o ensino médio, "é uma política ineficaz", já que o jovem não conseguirá se manter empregado.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad – IBGE), mostram que, do total de jovens brasileiros com idade entre 15 e 24 anos, (cerca de 35,1 milhões), 65,3% estão no mercado de trabalho e somente 46,8% estudam.
Sobre o programa Primeiro Emprego, do Ministério do Trabalho, ele afirnmou que o governo deveria se concentrar mais na conclusão do ensino médio e no acesso ao ensino superior, para que o jovem consiga obter posições mais qualificadas no mercado de trabalho.
Segundo Volpi, existem no Brasil 8 milhões de jovens cujas famílias vivem com renda inferior a metade do salário mínimo. Esses jovens, segundo ele, têm entre três e cinco anos de escolaridade a menos do que deveriam, o que os transforma em 8 milhões de jovens com baixa renda e baixa escolaridade.
“Se não houver investimentos do governo nesse universo, esses adolescentes vão migrar para o mercado informal de trabalho, muitas vezes dentro da clandestinidade das tarefas, como o tráfico de drogas e o cometimento de pequenos delitos”.
Para Volpi, o governo precisa investir na capacitação e na garantia de que a juventude conclua o ensino fundamental, o médio, e tenha acesso a um curso de profissionalização ou à universidade, para ingressar no mercado de trabalho de forma mais qualificada.
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