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Cultura
Terça - 13 de Fevereiro de 2007 às 16:52

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Uma carreata peculiar, repleta de cores, tomará conta das ruas de Cuiabá, nesta sexta-feira (16) e vai deixar a cidade verde ainda mais colorida. É a antiga atração de carnaval, o Corso, desfile de veículos antigos enfeitados para a "Folia de Momo", que irá reviver um hábito da Cuiabá dos anos 20.

O desfile ocorre nesta sexta-feira, dia 16, e abre oficialmente, a partir das 18h, na Praça Alencastro, o Carnaval Popular Cuiabano 2007. Na concentração e durante todo o trajeto, a animação fica por conta da bateria do bloco Eletrosamba. O Corso passará pela avenida Getúlio Vargas até a Praça 8 de Abril. Lá, a banda Coração Cuiabano espera os foliões para muito samba e marchas.

O secretário municipal de Cultura, Mário Olímpio, destaca que o corso é uma referência da memória do carnaval cuiabano. "Queremos trazer o povo para a praça, levar as famílias para ruas para se divertir na maior festa popular do país", explica.

O desfile de carros terá a participação do Rei Momo Mário César e da Rainha do Carnaval, Fernanda Arruda.

Para participar, basta levar seu carro ao entorno da praça, com uma hora de antecedência para que ele seja enfeitado. Mas quem quiser abusar da criatividade, pode trazer o veículo já em ritmo de folia. E claro, se o Corso passar por você, acompanhe-o e imagine como eram os Corsos na antiga Cuiabá.

Cuiabá - Nos anos 20, o Corso teve seu auge. Na ocasião, foliões se organizam e elaboravam figurinos que seguiam o mesmo tema. As fantasias se destacavam pela originalidade e pelo capricho com que eram feitas. Durante o percurso, "batalhas de confete e serpentina" envolviam os participantes e os espectadores. "Me recordo da época em que o corso acontecia na Rua Treze de Junho, no início da década de 50. Íamos a família inteira acompanhar o espetáculo de cores, a alegria era contagiante", recorda a cuiabana Maria Izabel da Silva. O corso era tido como diversão de elite, afinal eram necessários carros para o trajeto. A alta sociedade conduzia seus carros de capota arriada, mas todos se divertiam diante do animado cortejo.

Nos anos 60, os desfiles e os bailes foram ganhando espaço e o corso ficou apenas na memória. Os carros tiveram seus designers modificados, as ruas ganharam outra dinâmica, mas a nostalgia de se reviver a folia da década de 20 se sobressaiu. Com objetivo de resgatar o corso, a Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria de Cultura, reintroduziu, em 2005, a iniciativa no calendário festivo do município. A cada ano, mais famílias se unem a idéia.

Histórico- Corso carnavalesco, ou simplesmente corso, é o nome que os passeios das sociedades carnavalescas do século XIX adquiriram no início do século XX, no Rio de Janeiro, após uma tentativa de se reproduzir no país as batalhas de flores, características dos carnavais mais sofisticados da virada do século, como o da cidade de Nice, no sul da França.

A brincadeira consistia no desfile de carruagens enfeitadas – e, posteriormente, de automóveis sem capota –, repletos de foliões que percorriam o eixo Avenida Central-Avenida Beira-Mar. Ao se cruzarem, os ocupantes dos veículos (geralmente grupos fantasiados) lançavam uns nos outros, confetes e serpentinas.

Por sua própria natureza, o corso era uma brincadeira exclusiva das elites, que possuíam carros ou que podiam pagar seu aluguel nos dias de carnaval.

O corso era o mais difundido evento do carnaval carioca na primeira década do século XX. Os grandes centros urbanos brasileiros rapidamente aderiram à moda surgida na capital e passaram a apresentar corsos em suas principais artérias durante o carnaval.

Segundo Eneida de Moraes, autora do livro História do carnaval carioca, a popularização dos automóveis afastou os foliões das classes alta e média, e nos anos 40, o corso acabaria desaparecendo de vez.





Fonte: 24HorasNews

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