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Internacional
Quarta - 27 de Dezembro de 2006 às 10:32

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Jerusalém - Israel decidiu hoje retomar ataques militares pontuais contra palestinos que disparam foguetes contra o Estado judeu a partir da Faixa de Gaza, ameaçando acabar de vez com uma frágil trégua de um mês. A decisão foi tomada horas depois que um foguete disparado por palestinos feriu seriamente dois adolescentes israelenses em Sderot, uma cidade do sul do país, na fronteira com Gaza. Pouco depois, outro foguete foi disparado de Gaza, não causando danos nem vítimas.

Apesar de declarar que ainda está comprometido com a trégua, a decisão de Israel de agir novamente contra lançadores de foguetes irá indubitavelmente elevar o nível de violência. Ela pode também minar recentes esforços do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, para fortalecer o moderado presidente palestino, Mahmud Abbas, que vive uma disputa com o Hamas - o grupo militante islâmico que hoje controla o parlamento e o governo palestinos.

"O establishment de defesa recebeu instruções de tomar ações pontuais contra células de lançadores de foguetes", anunciou o gabinete de Olmert, depois de uma reunião do premier com oficiais. "Ao mesmo tempo, Israel continua comprometido com o cessar-fogo." Segundo o Exército de Israel, militantes palestinos nunca respeitaram a trégua que entrou em vigor em 26 de novembro, já tendo disparado desde então mais de 60 foguetes de fabricação caseira contra o Estado judeu.

A porta-voz da Autoridade Palestina, Ghazi Hamad, criticou a decisão de Israel de "continuar com sua agressão contra nosso povo", mas acrescentou: "Acreditamos que esse acordo continua vivo e os dois lados deveriam respeitá-lo, porque é do interesse de nossos povos".

Trégua

A trégua pôs fim a cinco meses de uma devastadora ação militar de Israel que seguiu-se ao ataque de militantes ligados ao Hamas contra um posto do exército de Israel nas proximidades de Gaza. Dois soldados israelenses foram mortos e outro foi capturado no ataque. O Estado judeu retaliou enviando tropas, artilharia e promovendo bombardeios aéreos contra a Faixa de Gaza. Mas a incursão não conseguiu acabar com o lançamento de foguetes nem conquistou a libertação do soldado. Mais de 370 palestinos foram mortos na operação. Quando Abbas, um moderado que apóia conversações de paz, persuadiu as milícias a concordar com uma trégua, Olmert concordou em retirar as tropas israelenses de Gaza.





Fonte: AE/AP

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