Somália acusa Etiópia de lançar guerra e deixar ao menos 80 mortos

Os Tribunais Islâmicos da Somália acusaram hoje a Etiópia de lançar "uma guerra aberta" contra o país que inclui bombardeios aéreos, em uma ofensiva na qual cerca de 80 pessoas dos dois lados morreram hoje, segundo fontes islâmicas.

Os ataques aéreos de hoje se concentraram na cidade de Beledweyne, 350 quilômetros ao norte de Mogadíscio, acrescentaram as fontes, que falam em mais de 300 feridos.

"A luta começou", afirmou o xeque Mohamud Ibrahim Suley, representante do Conselho dos Tribunais Islâmicos da Somália. "O inimigo lançou uma guerra aberta contra a Somália e começou a bombardear cidades e pessoas inocentes", acrescentou.

A ofensiva etíope foi confirmada também em Adis-Abeba pelo Ministério da Defesa da Etiópia, que informou que suas forças estão atacando posições islâmicas em quatro pontos dentro da Somália.

Esta é a primeira vez que o Governo etíope confirma oficialmente que está atacando posições dos Tribunais Islâmicos na Somália, apesar de estes denunciarem há várias semanas a intervenção de soldados etíopes na luta dos milicianos islâmicos somalis contra o governo de transição do país.

Um oficial dos Tribunais Islâmicos que preferiu não se identificar disse à Efe que cerca de 50 milicianos de seu grupo morreram nos choques. "Temos certeza de que derrotamos o inimigo, mas perdemos mais de 50 mártires na batalha", acrescentou a fonte.

Moradores de Beledweyne disseram que viram dois aviões de combate etíopes atacar as principais vias de acesso à cidade, o aeroporto e a sede de um centro de recrutamento dos Tribunais Islâmicos.

"Mataram duas pessoas em um campo no qual havia gente deslocada pelas inundações", afirmou Abdurahman Sheikh Omar, acrescentando que "também atacaram o centro de recrutamento dos Tribunais Islâmicos, mas ali não houve vítimas".