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Internacional
Quarta - 15 de Novembro de 2006 às 15:07

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O governo de Néstor Kirchner aumentou ainda mais o grau de intervenção nos preços para controlar a inflação na Argentina. Por decreto presidencial, o Mercado Central, que vende verduras e frutas no atacado, passou a ser subordinado à Secretaria do Interior, cujo titular, Guillermo Moreno, tem a estrela de xerife dos preços.

Antes, o Mercado Central era responsabilidade da Secretaria Geral da Presidência. Segundo as cifras oficiais, de janeiro até o outubro, as frutas aumentaram 23% e as verduras 18%. Nos últimos dois meses, o xerife dos preços comprovou que o IPC foi empurrado pelas frutas e verduras. A abobrinha, por exemplo, subiu 102%, enquanto que o tomate ou a laranja aumentaram 61 e 57%, respectivamente.

Com estes números, Kirchner e Moreno decidiram frear os aumentos. Pelo decreto, Moreno tem o poder de determinar as políticas desenvolvidas pelo Mercado Central. Fiel ao seu estilo autoritário, intervencionista e grosseiro, como qualificam os empresários locais, Moreno já se reuniu com as autoridades do local para dar a ordem de baixar duas medidas: descobrir as razões que levaram a alta dos preços das principais frutas e verduras e fixar os preços máximos de referência de tais produtos. Trata-se de uma cesta de aproximadamente 30 itens, entre eles as maças, tomates, laranjas, batatas, alface e cebola. A idéia é limitar os preços até julho de 2007.

Com o controle destes preços, o governo terá uma importante carta nas mãos no difícil jogo de controlar a inflação. Estes alimentos representam 3,30% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), elaborado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), um peso similar ao que tem a carne bovina no índice. A iniciativa é considerada de extrema importância para o governo chegar ao final do ano com uma inflação acumulada de um dígito.

Até outubro, a alta dos preços chegou a 8%, o que significa que Kirchner necessita obter um IPC de até 0,9 em novembro e dezembro para conseguir um resultado anual inferior a 10%. Para o analista Javier Alvaredo, da MVAS Macroeconomia, "a tarefa será complicada, já que novembro e dezembro são meses com inflação elevada, devido as festas de fim de ano e férias de verão".





Fonte: AE

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