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Internacional
Terça - 07 de Novembro de 2006 às 14:41

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A "tirania" do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein no Iraque "era ruim, mas a anarquia de hoje é pior", disse o diplomata sueco Hans Blix, ex-chefe de Inspeções de Armas da ONU quem foi contra a invasão ao país liderada pelos EUA, em 2003.

"Tudo era ruim sob Saddam, mas acho que tudo está pior ainda agora. Continuo achando que a guerra foi um fracasso em todos os sentidos, exceto em derrubar Saddam", disse em entrevista publicada hoje pelo jornal "Clarín", de Buenos Aires.

Blix negou que o Irã "seja o próximo Iraque", por causa do plano de desenvolvimento nuclear que o Governo de Teerã leva adiante.

Neste sentido, disse que "são casos muito diferentes", porque "o ponto é que, segundo a CIA (agência de inteligência americana), (o Irã) não teria armas nucleares até dentro de 5 a 7 anos, de modo que há tempo para negociar, não há razão para lançar bombas".

O diplomata afirmou que teve razão ao advertir aos Estados Unidos que a comissão das Nações Unidas que liderou até 2003 não tinha encontrado armas de destruição em massa "em 700 inspeções em 500 lugares diferentes" do Iraque.

No entanto, negou ter dito que não havia armas de destruição em massa, mas não as tinha encontrado e ressaltou que "nunca" previu o que aconteceria depois da guerra gerada com a invasão da força multinacional liderada pelos EUA.

Segundo o diplomata sueco, "foi escandaloso" que se atacasse o Iraque, onde hoje "há uma guerra civil", e a intenção de "enviar um sinal" aos terroristas" acabou sendo "uma promoção do terrorismo".

O Governo do presidente americano, George W. Bush, "não teve um pensamento crítico sobre as evidências disponíveis".

"O exemplo mais flagrante foi o caso de uma suposta venda de urânio da Nigéria ao Iraque: foi falso, um caso fraudulento", disse Blix, que assiste em Buenos Aires a um simpósio da Federação Mundial de Associações Pró-Nações Unidas.





Fonte: EFE

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