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Internacional
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 14:56

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A Justiça uruguaia determinou o fechamento das fronteiras para o ex-presidente civil durante a ditadura militar (1973-1985), Juan María Bordaberry, investigado pelo golpe de Estado que deu início ao período ditatorial, disse nesta quarta-feira uma fonte policial.

Bordaberry, de 78 anos, é acusado de violação da Constituição, co-autoria de privação da liberdade e homicídio.

O ex-mandatário, eleito presidente em 1971, dissolveu o Congresso dois anos depois e governou junto com os militares até que eles o retiraram do poder em 1976.

Uma fonte da Interpol disse à Reuters que a Justiça solicitou o fechamento das fronteiras ao acusado desde a noite de terça-feira.

Quase 200 uruguaios foram sequestrados e desapareceram durante o período ditatorial, em sua maioria na vizinha Argentina, em operações coordenadas pelos dois governos.

Uma lei de anistia no Uruguai impede que se julgue os responsáveis de violação dos direitos humanos durante o período, entretanto o governo pode excluir alguns casos ocorridos antes do golpe de Estado.

Segundo a advogada de familiares das vítimas da ditadura, Hebe Martínez Burlé, o pedido pela proibição de viajar é um bom indício sobre o veredicto da juíza Graciela Gatti, que investiga o caso de Bordberry.

"Para a gente é muito estimulante, teremos uma grande expectativa de que a doutora Gatti acompanhe o pedido de processo pelo golpe de Estado, os assassinatos e o desaparecimento forçado", disse Matínez Burlé a jornalistas.

"Esta medida de fechamento das fronteiras acontece num momento que há risco, quando a pessoa que está submetida ao processo tem os meios suficientes, como Bordaberry, para fugir facilmente do país e escapar das mãos da Justiça", acrescentou.





Fonte: Reuters

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