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Politica Brasil
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 17:00

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Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, discordou da avaliação de que seu partido errou ao não fazer uma oposição mais dura ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e na estratégia de campanha, comprometendo seu desempenho no segundo turno.

Na avaliação de alguns aliados, o partido deveria ter insistido em afastar Lula ou impugnar a candidatura do petista após as denúncias de corrupção.

"O PSDB agiu com coragem, mas a questão de impeachment é política e não apenas jurídica", disse o tucano durante sabatina realizada na manhã desta quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Na quarta-feira, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) culpou o coordenador de comunicação de Alckmin, Luiz Gonzalez, por uma provável derrota no votação de domingo, atitude que o presidenciável tucano não quis comentar.

"As pessoas têm direito de expressar suas impressões", respondeu o tucano.

Indagado insistentemente ao longo da sabatina sobre possíveis erros em sua campanha, que teriam levado à atual desvantagem superior a 20 pontos nas pesquisas, o candidato desconversou.

Alckmin negou também que sua defesa das privatizações realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso tenha sido pouco enfática.

"Não sou agressivo. Não posso ser comparado ao (pugilista) Mike Tyson. O máximo que eu fui na vida foi faixa amarela no judô", respondeu.

O tucano retomou os pontos levantados em sabatinas e debates anteriores, alegando que vai cortar gastos sem definir exatamente onde e repetindo que é possível combater a corrupção.

Apesar da grande desvantagem apontada pelas pesquisas, o tucano ainda vê chances de uma virada no final de um processo eleitoral que considerou desigual em favor de Lula.

"Tive que deixar o cargo em março e o outro continua presidente, utilizando a máquina pública. Os ministros dele são cabos eleitorais", afirmou o tucano.

Alckmin repetiu que Lula diz uma coisa e faz outra e voltou a atacar o presidente-candidato por discursar contra as oligarquias, apesar de ter ao lado dele antigos defensores do regime militar, como o ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) e o ex-ministro e deputado Delfim Netto (PMDB-SP).

Ele ressaltou ainda que, seja qual for o resultado da eleição, as denúncias de corrupção contra o governo Lula precisam ser apuradas.

"Ninguém defende a impunidade... não pode suspender a investigação. Investigação não deveria ter cronograma eleitoral", afirmou. "Não é pessoal, não tenho nada contra a figura do meu adversário."

GOVERNABILIDADE

Sobre futuras alianças para garantir a governabilidade em um possível segundo mandato de Lula, Alckmin disse que alianças não se fazem em torno de poder e sim em torno de propostas.

"Sou favorável ao interesse do Brasil, e aliança se faz em torno de um projeto... o único projeto do PT é o projeto de poder, que é falta de patriotismo", opinou.

O tucano também não quis comentar os resultados da pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quinta-feira, segundo a qual o petista tem vantagem de quase 24 pontos percentuais sobre ele. "A eleição é domingo", afirmou.

Indagado sobre se, durante a campanha, teve mais apoio do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, do que do governador eleito de São Paulo, José Serra, Alckmin respondeu que "política é time" e o PSDB tem um grande time.

"Essa coisa que o PSDB não sua a camisa não é verdade. Todo mundo trabalhou", disse Alckmin, que, no último comício de sua campanha, na noite de quarta-feira em São Paulo, não contou com a presença do governador mineiro e nem com ataques mais contundentes a Lula por parte de Serra.

O presidenciável acrescentou, no entanto, que chegou ao segundo turno apenas "devedor eterno do povo brasileiro".

Sobre sua estratégia para conseguir ganhar votos até domingo, já que está certo de que poderá tirar a vantagem favorável a Lula, Alckmin respondeu: "Vou pedir votos ao eleitor. Campanha é convencimento."





Fonte: Reuters

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