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Internacional
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 12:30

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O líder espiritual dos talibãs, o mulá Mohamed Omar, promete uma guerra contra as forças estrangeiras no Afeganistão, alvo este ano de intensos ataques de milicianos islâmicos, em uma extensa mensagem em que ameaça também o regime de Cabul.

"Os próximos meses verão uma intensificação e uma organização maior da resistência contra os cruzados no Afeganistão", escreveu o mulá Omar nesta mensagem traduzida do pashtun para o árabe e o inglês e divulgada no site da internet oficial do "Emirado Islâmico do Afeganistão".

"Peço aos mujahedines que intensifiquem as operações contra os cruzados que foram derrotados e estão em fuga", repetiu o líder dos talibãs, derrubados do poder no final de 2001 por uma intervenção militar efetuada pelos Estados Unidos, mas que se fortaleceu neste ano.

Em sua mensagem ritual de felicitações pelo Fitr, festa que marca o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã, o chefe dos milicianos islâmicos faz também um violento ataque contra a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), liderada pela Otan.

Por volta de 40.000 soldados estrangeiros se encontram no Afeganistão para tentar eliminar os talibãs e os rebeldes ligados à al-Qaeda e dar sustentação ao governo do presidente Hamid Karzai. Mais de 30.000 destes soldados estão mobilizados na Isaf.

"A América e seus aliados serão vencidos (...). Os cruzados serão derrotados como foram os russos e seus aliados", escreveu o chefe dos talibãs, assinando a mensagem como "comandante dos mujahedines do Afeganistão, o emir dos crentes, Mulá Omar".

"Estou convicto de que os ataques surpreenderão muitas pessoas", escreveu o Mulá Omar, advertindo aos "dirigentes muçulmanos que planejam seguir a América para humilhar e enfraquecer os muçulmanos".

"Devem entender que a América não os salvará da cólera dos muçulmanos", acrescenta o líder dos milicianos que intensificaram neste ano seus ataques contra as tropas estrangeiras e as forças governamentais afegãs.

"Os dirigentes dos aliados da América (querem) que seus soldados morram pelos interesses da América. Eles têm que pensar em seus interesses e se retirar do Afeganistão", escreveu, também se referindo às forças da coalizão.

"Os cruzados querem induzir as pessoas ao erro. Recorreram a todos os meios de comunicação para forjar suas mentiras gastando milhões de dólares", acrescenta o Mulá Omar.

Assim como as forças militares estrangeiras, os talibãs travam há vários meses uma verdadeira guerra midiática, reivindicando a cada dia novas operações com informações que parecem fantasiosas, e acusando as forças estrangeiras de camuflar suas perdas.

Os talibãs afirmaram também nesta segunda-feira terem matado no total doze soldados americanos na província do Noristão e quatro outros na província de Kunar, nas últimas 24 horas.

Em sua mensagem, o Mulá Omar se refere ao presidente afegão Hamid Karzai como uma "marionete".

"A marionete dos agressores, Karzai, e seus aliados querem fugir. Jamais os deixaremos escapar. Serão levados para um tribunal islâmico", escreveu o Mulá Omar.

Ele acusa também Karzai de ter "falhado ao tentar instaurar a paz e a estabilidade, em manter a unidade do país ou acabar com o tráfico de entorpecentes porque a maior parte dos membros do regime é traficante de drogas".

O Mulá Omar se refere enfim à Organização das Nações Unidas.

"Desde a sua criação, a ONU não adotou resolução alguma (...) anunciando uma boa notícia à nação islâmica", escreveu.





Fonte: AFP

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