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Internacional
Sábado - 30 de Setembro de 2006 às 18:23

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Cuba já está dois meses sem o líder da revolução Fidel Castro no poder e sem sofrer mudanças no dia-a-dia, enquanto sua população encara com normalidade o exercício provisório da Presidência pelo seu irmão Raúl Castro.

O ritmo de vida habitual da ilha caribenha não foi alterado, em meio a uma tranqüilidade que não foi afetada pela mudança forçada, embora provisória, na direção do país desde 31 de julho.

Nesse dia, Fidel Castro informou ao povo cubano que delegava suas funções de Governo a seu irmão Raúl e a seis homens de sua confiança, após ser submetido a uma operação intestinal sobre a qual ainda não há informações oficiais.

A convalescença do líder cubano não impediu a realização, entre 11 e 16 de setembro, da Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados, primeiro ato de relevância internacional na ilha desde o anúncio da doença de Fidel Castro.

O chanceler, Felipe Pérez Roque, aproveitou a oportunidade para ressaltar aos visitantes, que "não há um alfinete de diferença entre o pensamento de Fidel e o de Raúl Castro".

Convalescente e ausente dos atos da Cúpula, Fidel Castro recebeu, durante esses dias, alguns chefes de Estado, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e seu amigo e deputado argentino Miguel Bonasso.

As fotos do segundo encontro que realizou com Bonasso - publicadas em 18 de setembro pelo jornal oficial "Granma" e nas quais o comandante-em-chefe aparece sentado em uma cadeira de balanço - são os últimos registros gráficos de Fidel Castro divulgados na ilha.

Os meios oficiais continuam se referindo a Raúl Castro como primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general do Exército, segundo-secretário do Partido Comunista de Cuba e ministro das Forças Armadas Revolucionárias e esporadicamente como presidente interino.

Raúl assumiu o papel de anfitrião na Cúpula realizada em Havana, mas só nos últimos dias adquiriu um papel de maior protagonismo, com o encerramento do 19º Congresso da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC) e com a reunião que teve com o primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov, que visitou a ilha oficialmente nos dias 28 e 29 de setembro.

Diante dos trabalhadores e com seu estilo próprio (conciso e breve), o presidente provisório aproveitou seu primeiro discurso público em nível interno para fazer duras críticas ao plano de transição que os EUA propõem para a ilha.

Raúl Castro acusou os EUA de quererem uma transição para devolver Cuba ao "lixo do capitalismo neocolonial" e de atuarem como "se nada tivesse mudado neste mundo desde que em 1898 frustraram nossa independência e nos impuseram vários interventores".

Além disso, Raúl aproveitou para destacar que o povo cubano hoje é muito mais "aguerrido, experiente e consciente" como "estes últimos meses demonstraram, após a proclama do comandante-em-chefe" e com a "contundente prova que deu e continua dando da confiança em seu partido, em seus dirigentes e sobretudo de sua confiança em si mesmo".

O vazio deixado por Fidel Castro, de 80 anos, não está sendo preenchido somente pelo irmão do líder da revolução.

Pérez Roque, o vice-presidente Carlos Lage; o ministro da Saúde, José Ramón Balaguer, o vice-presidente Esteban Lazo e o também membro do grupo político José Ramón Machado Ventura, lideraram atos dentro e fora de Cuba.

O único membro do sexteto designado pelo líder cubano que ainda não tomou a palavra nem apareceu em atos oficiais nas últimas semanas é o ministro presidente do Banco Central de Cuba, Francisco Soberón.





Fonte: EFE

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