Pelo menos doze mortos em atentado suicida em Cabul
O movimento extremista Talibã, que realiza uma sangrenta campanha insurgente no Afeganistão, afirmou que havia cometido este atentado com uma bomba de controle remoto, mas a polícia insistiu que se tratava de um atentado suicida.
Este ataque ocorreu enquanto o presidente Hamid Karzai se preparava para falar aos meios de comunicação sobre sua recente viagem aos Estados Unidos, marcada por uma polêmica com o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, sobre os motivos do aumento da atividade guerrilheira.
A polícia indicou que o autor do atentado detonou os explosivos que carregava na cintura por volta das 08H00 no meio de uma multidão formada por empregados do ministério do Interior e civis reunidos em frente à porta do complexo, em pleno centro da capital afegã.
"Ele queria se misturar à multidão que esperava para entrar no ministério", declarou à AFP o porta-voz do ministério do Interior, Zemarai Bashary.
"A polícia ordenou que parasse porque o considerou suspeito. Imediatamente depois desta advertência, ele detonou os explosivos" que levava, acrescentou.
Bashary disse que havia 12 mortos e 42 feridos.
"Foi um atentado suicida diante da porta de entrada dos funcionários do ministério", declarou pouco antes Ali Shah Paktiawal, chefe das investigações criminais da polícia.
O ministério da Saúde disse que havia 11 mortos, incluindo um menino e duas mulheres, e que mais de 50 pessoas ficaram feridas. Muitos dos feridos já foram atendidos e liberados, indicou à AFP o diretor-geral do ministério da Saúde, Salam Jalali.
Outras pessoas foram submetidas a cirugias de emergência e três estão em estado grave.
Um funcionário do ministério do Interior que pediu anonimato afirmou que retirou pessoalmente corpos de três comerciantes de lojas destruídas na explosão.
Um policial que se encontrava perto do local da deflagração, Laal Agha, disse que viu os corpos de quatro colegas.
Neste ano, já ocorreram vários atentados suicidas em Cabul, apesar das fortes medidas de segurança, causando grande preocupação na população. Um dos atentados mais graves foi cometido com um carro-bomba no dia 8 de setembro. Neste ataque, morreram dois soldados americanos e 14 civis.
O representante das Nações Unidas no Afeganistão condenou imediatamente este atentado.
"O povo do Afeganistão já sofreu muito. Nenhum conflito deve ser levado para o âmbito civil, com esta falta de consideração com tantas vidas inocentes", sustentou Tom Koekigs num comunicado.
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