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Internacional
Quinta - 28 de Setembro de 2006 às 09:05

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O chefe da Al Qaeda, Osama bin Laden, está vivo e muito provavelmente se esconde no leste do Afeganistão, onde gozaria do apoio de um senhor da guerra, afirma o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, em uma entrevista ao jornal britânico The Times.

"Não é um pressentimento. A província de Kunar, no leste, faz fronteira com a região paquistanesa de Bajaur, onde sabemos que há grupos da Al Qaeda. Temos uma boa operação de espionagem ali, e enfrentamos rebeldes duas vezes com o exército, inclusive matando alguns deles", revelou.

Segundo o jornal, Musharraf comentou a existência de um possível vínculo entre o terrorista mais procurado do mundo e o senhor da guerra afegão Gulbuddin Hekmatyar. Ele e Bin Laden lutaram juntos contra a ocupação soviética do Afeganistão nos anos 80, e na guerra civil afegã de 1992-1996.

Hekmatyar, que é da etnia pashtun e nos anos 90 foi primeiro-ministro, era adversário do então presidente Burhanuddin Rabbani, do grupo étnico tajique. Quando os talibãs assumiram o poder, Hekmtyar se refugiou no Irã.

Retornou ao Afeganistão após a invasão americana e desde então vem pedindo aos afegãos que apóiem a Al Qaeda e enfrentem as forças dos Estados Unidos.

"Gulbuddin Hekmatyar atua na província de Kunar. Portanto, devem existir vínculos entre eles", afirma Musharraf, que descarta as informações dos serviços de inteligência franceses de que Bin Laden teria morrido de tifo.

O general Musharraf, que hoje vai conversar com o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, negou em declarações à BBC que os serviços de inteligência de seu país tenham ajudado os talibãs e a Al Qaeda.

Segundo relatório do Ministério da Defesa britânico divulgado pela BBC, os serviços de espionagem paquistaneses (ISI) prestaram apoio indireto tanto aos talibãs afegãos quanto à rede terrorista da Al Qaeda. O ISI apoiaria em segredo a coalizão de partidos religiosos paquistaneses conhecida como MNA.

"O mundo está examinando cada vez mais de perto o jogo duplo do Exército paquistanês, que combate o terrorismo mas favorece o MNA e apóia indiretamente aos talibãs através do ISI", afirma o documento.

"Essas calúnias obedecem a interesses muito concretos e partem de gente que não entende nada do que está acontecendo", declarou Musharraf.

Segundo o presidente paquistanês, "não teria sido possível capturar 680 pessoas se o ISI não estivesse fazendo um trabalho excelente".

Musharraf rejeitou as acusações do presidente afegão, Hamid Karzai, de que o Paquistão não está fazendo o suficiente para combater o extremismo na fronteira com o Afeganistão.




Fonte: Agência EFE

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