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Quarta - 29 de Março de 2006 às 08:33
Por: Adilson Rosa

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O bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi condenado a pagar um salário mínimo vitalício a Pedrosa Braunízia da Conceição, viúva de Pedro Francisco da Silva, um dos quatro homens executados a tiros na fazenda São João, pertencente ao bicheiro. A chacina ocorreu em março de 2004 e foi praticada por funcionários da fazenda de Arcanjo - maior parte deles está foragida.

A sentença foi proferida pela juíza da 1a Vara Cível de Várzea Grande Ester Belém Nunes Dias. Em sua decisão, a magistrada concedeu parcialmente a tutela antecipada – o advogado de Pedrosa exigia dois salários mínimos. Os advogados de Arcanjo têm 15 dias para apelar da decisão, a partir da intimação.

Pedro e três amigos – Itamar Batista de Barcelos, José Francisco de Almeida e Arelir Manoel de Oliveira - pescavam num dos tanques de criação de peixe da fazenda e foram rendidos pelos seguranças, que os executaram a tiros e pauladas. Os familiares das outra vítimas também entraram com processos idênticos.

Arcanjo receberá hoje duas intimações. Junto com a decisão, o oficial de Justiça entregará a intimação de um dos processos indenizatórios que tramitam pela 4a Vara Cível de Várzea Grande. Num deles, a viúva de Itamar quer uma pensão de três salários mínimos – R$ 1.050.

Em seu pedido, a viúva alega que Itamar foi assassinado por funcionários do bicheiro, que na época trabalhavam como segurança da fazenda. Conforme a viúva, ela tem três filhos e o marido era quem sustentava a família.

Na esfera criminal, apenas dois envolvidos no assassinatos foram julgados. No dia 25 de fevereiro do ano passado, a justiça condenou Aderval José dos Santos a 20 anos de prisão e absolveu Carlos Sérgio André das acusações de assassinato.

O processo de familiares das outras duas vítimas da chacina – José Francisco de Almeida e Arelir Manoel de Oliveira - tramita pela 4a Vara Cível e em breve o bicheiro deverá ser intimado a respeito dessas duas ações.

A chacina começou com o assassinato de Itamar, executado com três tiros de carabina. Em seguida, os seguranças da fazenda renderam e amarraram os outros três rapazes - Pedro, José Francisco e Arelir. Em seguida, eles foram assassinados a pauladas.

Os corpos foram jogados a cerca de 20 quilômetros da sede da fazenda. Os rapazes foram assassinados porque pescavam sem autorização. Segundo depoimentos colhidos pela polícia, ao chegar na fazenda, o gerente teria ordenado que os rapazes fossem afogados e seus corpos desovados longe dali.

As vítimas tiveram as mãos amarradas e, em seguida, foram afogadas no tanque. Na seqüência, os quatro foram colocados na carroceria de uma picape e jogados numa estrada de chão na mesma região.

Pela chacina, foram denunciadas mais seis pessoas, entre eleas o gerente do setor de pescas da fazenda, Joilson James Queiroz. Os outros são seguranças.





Fonte: Diário de Cuiabá

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