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Internacional
Terça - 28 de Março de 2006 às 16:55

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A Liga Árabe abriu hoje em Cartum a sua 18ª Cúpula, com atenção concentrada nas crises no Iraque, Darfur (Sudão) e no conflito palestino, e marcada pela ausência de quase metade dos chefes de Estado esperados.

Entre os principais líderes ausentes estão os presidentes do Iraque, Jalal Talabani (interino), do Egito, Hosni Mubarak, e da Tunísia, Zine el Abidin Bin Ali. Os reis da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, e Marrocos, Muhammad IV, também não compareceram.

Assim, a cúpula dificilmente vai adotar uma postura concreta e efetiva a respeito dos assuntos em pauta.

A cúpula, a primeira da Liga em Cartum em 39 anos, foi aberta com um apelo do presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika. Ele pediu o apoio da comunidade internacional à "opção do povo palestino", referindo-se à vitória do movimento islâmico Hamas, nas eleições de janeiro.

Bouteflika disse que "as ameaças do Ocidente de suspender a ajuda ao povo palestino (após a vitória eleitoral do Hamas) não têm justificativa, e são uma agressão ao direito dos palestinos" de escolher seus representantes.

O discurso recebeu o apoio do governante sudanês, Omar Hassan al Bashir, cujo país preside este ano a cúpula. Ele recomendou os líderes reunidos em Cartum a expressar seu "total apoio" ao povo e à Autoridade Nacional Palestina (ANP).

"É preciso respeitar a opinião do povo palestino, expressada em eleições livres e limpas, sob supervisão de observadores internacionais", disse Bashir.

O presidente sudanês responsabilizou Israel pela estagnação do processo de paz. Em seguida, pediu ao Quarteto de Madri - EUA, Rússia, ONU e União Européia - que atue para retomar as negociações palestino-israelenses, seguindo o "Mapa de Caminho".

O secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, rejeitou as "medidas unilaterais de Israel", comentando a possível retirada israelense da Cisjordânia, aparentemente em preparação para a demarcação da fronteira israelense.

Sobre o Iraque, Bashir, Buteflika e Moussa foram unânimes, opinando que só o diálogo entre os diferentes grupos políticos e étnicos iraquianos pode restabelecer a segurança e evitar o conflito sectário.

Os três condenaram os episódios de violência sectária no Iraque e recomendaram mais esforços na formação de um Governo em que todas as etnias sejam representadas. Eles pediram aos partidos iraquianas que respeitem e trabalhem pelo sucesso da iniciativa da Liga para a conciliação nacional.

Moussa comentou a crise em Darfur, região em conflito no oeste do Sudão, censurando uma possível missão multinacional sem a aprovação do Governo sudanês.

"Darfur é uma de nossas prioridades para restabelecer a paz e a segurança em todo o Sudão", disse Bashir. Ele pediu aos países árabes que ofereçam apoio logístico à missão da União Africana, que considerou capazes de levar a cabo sua missão na região.

Bashir e Moussa confiaram na possibilidade de chegar a um acordo de paz nas negociações de Abuja entre o Governo e os grupos rebeldes em Darfur. Centenas de pessoas morreram e cerca de dois milhões abandonaram seus lares nos últimos três anos por causa do conflito.

Os presidentes da Síria, Bashar al-Assad, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; os líderes da Líbia, Muammar Kadafi, e do Líbano, Emile Lahum; e os emires do Catar, Hamad bin Khalifa Al-Thani, e Kuwait, Sabah al Ahmad al Sabah, participam da reunião em Cartum.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e a comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero Waldner, assistiram à abertura da cúpula.





Fonte: EFE

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