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Internacional
Terça - 21 de Março de 2006 às 18:31

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A captura de um suposto terrorista palestino, detido entre Jerusalém e Tel Aviv com um explosivo, evitou um atentado em plena campanha eleitoral israelense, quando qualquer fato sangrento pode favorecer a direita nacionalista a exemplo do ocorrido nas eleições de 1996.

O suposto suicida palestino foi interceptado pelas forças de segurança israelenses em uma caminhonete quando se dirigia de Jerusalém a Tel Aviv com um explosivo e grande quantidade de munição dentro de uma sacola.

"Hoje evitamos um atentado com muitas vítimas", disse o comandante da Polícia de Jerusalém, o comissário Ilan Franco, após ordenar a suspensão do estado de alerta.

Em entrevista coletiva, Franco revelou que o explosivo pesava entre 5 e 6 quilos e que não era um cinto (como foi divulgado inicialmente), mas sim uma bomba em uma sacola.

A captura do terrorista foi possível graças a uma informação muito precisa obtida pelos serviços de inteligência por volta das 11h (6h de Brasília), e que levou a Polícia a declarar o estado de alerta máximo em Tel Aviv e em Jerusalém, as duas cidades mais populosas do país.

Em uma ação digna do cinema, um helicóptero e dezenas de patrulhas, entre elas as da Unidade Especial de Luta Antiterrorista (Yamam), perseguiram o veículo suspeito durante mais de trinta quilômetro, até interceptá-lo no cruzamento de Shaalabim, na metade do caminho entre as duas capitais.

Os agentes obrigaram o motorista a parar no acostamento e os ocupantes do carro a saírem nus para verificar se nenhum deles levava um cinto explosivo sob as roupas.

Franco informou que 10 palestinos foram detidos, entre eles o suposto suicida, identificado como um militante da Jihad Islâmica de 20 anos e natural da aldeia de Al-Yamoun, no distrito de Jenin.

As outras nove pessoas, entre elas o motorista da caminhonete, ainda estão sendo interrogadas.

Durante a perseguição, e até que o esquadrão antibombas detonasse o explosivo - uma operação que durou três horas - a Polícia fechou a principal estrada de Israel ao tráfego, o que gerou enormes engarrafamentos.

A prisão do suposto suicida, que tinha saído de Al-Yamoun pela manhã, acontece em um momento chave da campanha eleitoral para as eleições de 28 de março, onde as pesquisas dão a vitória ao partido de centro Kadima, liderado pelo primeiro-ministro interino, Ehud Olmert.

Analistas locais disseram hoje que um atentado sangrento em um centro urbano dentro do território reconhecido de Israel, como o planejado pelo suicida, poderia prejudicar o partido no Governo.

Assim ocorreu em 1996, quando 59 pessoas morreram em uma série de quatro atentados suicidas em Jerusalém, Tel Aviv e Ashkelon. Depois dos incidentes, boa parte dos votos que seriam dados ao favorito premier trabalhista Shimon Peres migraram para o nacionalista Benjamin Netanyahu, que acabou vencendo as eleições.

Naquela ocasião, o movimento islâmico Hamas, agora no Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), se responsabilizou pela maioria dos ataques, embora o perpetrado hoje seja, aparentemente, obra da Jihad Islâmica.

Esta organização reivindicou todos os atentados suicidas cometidos em Israel desde março de 2005, quando entrou em vigor um "período de calma" ou "tahadia" que teoricamente terminou em 31 de dezembro do ano passado.

O ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, afirmou hoje que o Irã transferiu no mês passado US$ 1,8 milhão à Jihad Islâmica, com o objetivo de financiar seus ataques contra Israel.

"É uma valor recorde para um período tão curto", acrescentou Mofaz em aparente alusão ao interesse de Teerã em influenciar o resultado das eleições.

Por outro lado, na Cisjordânia, o Exército israelense feriu hoje quatro palestinos, dois deles gravemente, no acampamento de refugiados de Al-Askar, próximo a Nablus.

Além disso, dois civis da cidade palestina de Salfit, no distrito de Nablus, morreram nos últimos dias em execuções praticadas por milícias armadas palestinas, que os acusavam de colaborar com os serviços secretos israelenses, segundo denunciou hoje o Centro Palestino de Direitos Humanos.





Fonte: EFE

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