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Internacional
Segunda - 20 de Março de 2006 às 20:44

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Lourdes Flores, que deseja se transformar na primeira mulher presidente da história do Peru, afirmou que se chegar ao poder lutará firmemente contra o narcotráfico e o terrorismo, sob um sistema econômico liberal, mas social, que, segundo ela, servirá de modelo para a América Latina.

"Minha condição de mulher é um elemento de mudança", assegurou essa mulher de 46 anos de idade e mais de 25 anos de política em entrevista à EFE. Ela se mostrou convencida de que chegará à presidência, mesmo que haja um segundo turno.

Após vários meses como favorita nas pesquisas de intenção de voto, Flores perdeu essa condição nas últimas três enquetes, publicadas no último domingo, que deram ao candidato nacionalista Ollanta Humala a condição de favorito.

As pesquisas mostram que nenhum candidato obterá a metade mais um dos votos em 9 de abril e que será necessário um segundo turno, onde Flores e Humala estão em posição de equilíbrio.

A proposta do Governo de Flores, de origem democrata-cristã, é uma gestão moderna, igualitária, séria e austera, com a intervenção do setor privado em todos os setores produtivos, e focando a luta contra a pobreza.

"Pelo fato de a pobreza ser o grande desafio da América Latina, para combatê-la os recursos do Estado devem servir como promotor de oportunidades e assistência técnica para os setores mais atrasados, como a agricultura" disse Flores. O objetivo, segundo suas palavras, é "tocar a economia no estilo asiático".

A candidata afirmou que sua meta de criar 650 mil novos empregos é possível através da aplicação de políticas estabilizadoras aliadas à elevação do crescimento econômico para 7% ao ano, ao aumento das exportações e à duplicação das receitas de turismo.

"Será um Governo de confiança", acrescentou Flores, que garantiu que os economistas mais importantes do país a apóiam.

Por ter uma linha econômica liberal, ela ficou conhecida como a "candidata dos ricos", mas a candidata garante que isso é um rótulo dado pelos adversários para descaracterizar suas propostas.

Flores expressou sua crença na liberdade econômica e no mercado, sua preocupação com os mais pobres e disse que o Peru precisa de uma reforma social que ela está disposta a liderar.

A candidata prometeu pulso firme contra o terrorismo, que hoje está bem menor em seu país sobretudo após a o fim da guerra interna contra o Sendero Luminoso, que começou em 1980 e terminou em 2000, com um saldo de 70 mil mortos.

No entanto, Flores defendeu uma estratégia final contra o Sendero Luminoso, pois ainda há resíduos do grupo na selva do leste peruano, e afirmou que trabalhará lado a lado com os Estados Unidos.

Para Flores, o fim do terrorismo passa pelo estabelecimento de uma nova relação com as Forças Armadas, que, na sua opinião, sentiram nos últimos anos que as regras não eram claras e não estavam preparadas para esse golpe final.

"É preciso entrar com decisão nas regiões difíceis. Nossas Forças Armadas têm que olhar esse objetivo. É preciso traçar um objetivo para acabar com o Sendero", afirmou a candidata.

Flores também prometeu firmeza na luta contra o narcotráfico.

"Não darei brechas para que se aproveitem. Atuaremos com muita firmeza e com muita inteligência, porque (o narcotráfico) está criando conflitos sociais e é um flagelo muito perigoso", prometeu a peruana.

No entanto, Flores fez uma distinção entre a produção de cocaína e a de coca. Em sua opinião, a segunda atividade é um cultivo ancestral que deve ser preservado.

A candidata peruana à presidência disse que 10 mil hectares são suficientes para o mercado interno, para o consumo humano e para a industrialização.

Para acabar com os cultivos ilegais, cuja produção vai para as mãos dos traficantes, Flores se comprometeu em melhorar os programas de cultivos alternativos após reconhecer as preocupações dos camponeses cocaleiros.

Flores atribuiu a perda de seu favoritismo nas pesquisas a "uma corrente generalizada de ceticismo" e argumentou existir um divórcio que há entre a sociedade e a classe política.

Ainda assim, se mostrou convencida de sua vitória, embora em um segundo turno. "O voto será entre a opção democrática e o risco do autoritarismo", destacou Flores em referência a seu rival, Humala.





Fonte: EFE

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