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Internacional
Sábado - 18 de Março de 2006 às 17:15

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A decisão das Farc de libertar dois policiais seqüestrados no sul da Colômbia reacendeu o apelo do Governo a essa guerrilha para que assumam o caso de dezenas de cativos, cuja sorte depende de um acordo humanitário entre ambos. Embora as Farc nunca tenham incluído estes efetivos em um grupo de 58 seqüestrados que possam ser trocados por rebeldes presos, o gesto de colocá-los em liberdade foi interpretado pelas famílias dos presos como uma amostra rebelde de "vontade política".

"É como a ruptura do círculo vicioso em que nós nos encontrávamos, rodeados de sofismas e declarações de um e outro lado, mas sem fatos tangíveis", declarou hoje a porta-voz dos familiares de seqüestrados pela guerrilha, Angela de Pérez.

"É a porta que se abre e que almejávamos há muitíssimo tempo" acrescentou a porta-voz, que é esposa do ex-senador Luis Eladio Pérez, em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desde 2001.

A mulher faz parte da comissão humanitária que viajou neste sábado às selvas do Putumayo para receber a Eder Luis Almanza e Carlos Alberto Logarda, policiais que os rebeldes seqüestraram em novembro passado nesse departamento (estado) da fronteira no sul com o Equador.

A delegação em Bogotá do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) decidiu há pouco suspender a operção por falta de segurança.

O delegado do CICV em Bogotá, Juan Pedro Schaerer, explicou que informações sobre combates das forças militares com guerrilheiros na zona prevista obrigaram o organismo a suspender a ação humanitária.

A organização rebelde marcou para o meio-dia em El Afilador, na zona rural da localidade de La Dorada e São Miguel, com forte presença insurgente e, também, das Forças Militares.

A entrega dos policiais tinha sido confirmada na quarta-feira passada pelo comando das Farc como resultado de uma reunião de seu chefe máximo, Pedro Antonio Marín (conhecido como "Manuel Marulanda Vélez" ou "Tirofijo"), com o candidato Leyva, de origem conservadora e que no passado facilitou aproximações governamentais com a organização rebelde.

"Vou ensinar a Uribe (Álvaro, o presidente colombiano) como se faz o intercâmbio humanitário", declarou Leyva em Puerto Asís, localidade de Putumayo de onde deve partir o helicóptero que deve apanhar aos policiais.

Leyva prometeu que buscará em breve o retorno dos 58 seqüestrados pelas Farc que dependem do acordo caso consiga a Presidência na eleição de maio, onde Uribe buscará um segundo quadriênio, que irá até 2010.

O candidato disse também que noo poder "parará a guerra em seis meses", o que seus críticos interpretaram como uma utilização política do conflito armado interno, que leva mais de quarenta anos.

De qualquer forma, a porta-voz Angela de Pérez disse que o gesto unilateral das Farc de entregar aos dois policiais é um "passo real" no tortuoso caminho de concretizar a liberdade dos seqüestrados.

São 33 militares e policiais, 22 políticos - incluindo a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que também tem nacionalidade francesa - e três americanos, que os rebeldes pretendem trocar por mais de quinhentos rebeldes presos, entre eles dois extraditados aos Estados Unidos.

A porta-voz disse que "é emocionante dar o abraço de boas-vindas aos dois membros da Polícia".





Fonte: EFE

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