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Internacional
Quinta - 16 de Março de 2006 às 10:40

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Três meses depois de sua eleição, o Parlamento iraquiano realizou nesta quinta-feira em Bagdá uma sessão inaugural protocolar, enquanto as negociações políticas para designar um primeiro-ministro e para formar um governo de união nacional continuam bloqueadas.

Durante a sessão, que durou apenas 40 minutos, os 275 deputados, reunidos no setor protegido da Zona Verde, em Bagdá, em meio a um imponente aparato de segurança, prestaram juramento sem designar seu presidente.

Em Halabja, no Curdistão, um adolescente foi morto a tiros durante confrontos com as forças de segurança, na véspera do aniversário do ataque com gases tóxicos à cidade curda durante o regime de Saddam Hussein.

"Conforme a Constituição, a sessão deve designar o presidente e seus dois adjuntos, mas depois de consultas com os blocos políticos, foi decidido deixar a escolha em aberto à espera de um acordo" sobre um governo de união nacional, declarou o decano dos deputados, o sunita Adnan al-Pachachi.

Antes de proclamar oficialmente a dissolução da Assembléia interina e confirmar al-Pachachi na presidência da sessão, o atual presidente da Câmara, o sunita Hajem al-Hassani, ressaltou que a prioridade principal para o país é a formação de um governo de união nacional.

Al-Pachachi pediu aos seus compatriotas que "demonstrem a todo o mundo que não serão arrastados para uma guerra civil" e aos líderes políticos que se coloquem "acima de suas orientações religiosas para formar um governo de união nacional".

O poderoso líder xiita Abdel Aziz Hakim, chefe do Conselho Supremo da Revolução Islâmica no Iraque (CSRII), interrompeu brevemente al-Pachachi para protestar contra o caráter político de seu discurso, frisando que a sessão tinha somente um caráter protocolar.

A sessão começou com a leitura de versículos do Alcorão e um minuto de silêncio foi observado em memória do aniversário do ataque com armas químicas contra os habitantes da cidade curda de Halabja em 1988.

Na véspera desse aniversário, os confrontos entre os habitantes de Halabja e as forças de segurança provocaram a morte de um menino de 14 anos e deixaram seis feridos. Os manifestantes protestavam contra a negligência dos serviços públicos e a corrupção das autoridades e das forças de ordem.

O corpo do menino e os feridos foram levados para uma mesquita do centro da cidade depois dos violentos confrontos nos quais membros das forças de ordem dispararam contra os manifestantes que bloqueavam o acesso à cidade para impedir a entrada dos comboios oficiais, constatou um correspondente da AFP.

Durante a manifestação, os habitantes atacaram um monumento erguido em memória às vítimas do ataque de 17 de março de 1988 praticado pelo Exército de Saddam Hussein, que provocou a morte de 5.000 pessoas em um só dia.

O presidente Jalal Talabani pediu aos seus compatriotas que impeçam um retorno da ditadura.

"A tragédia de Halabja e as matanças que se seguiram contra os curdos e os iraquianos nos incitam a reforçar nossa unidade, a impedir os partidários do antigo regime, os terroristas e todos aqueles que tentam ressuscitar a ditadura", disse o presidente curdo em uma declaração.

Em Bagdá, os corpos de 25 pessoas foram encontrados na quarta-feira à noite e nesta quinta-feira de manhã em diferentes bairros, segundo o Ministério do Interior.





Fonte: AFP

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